Qualidade nacional
O português tem uma capacidade inata de dizer mal do seu país, do seu povo, de tudo aquilo que seja nacional. Está no sangue luso, e não é à toa que temos como uma das figuras máximas da literatura camoniana, o velho do Restelo. É que, apesar de já lá irem uns séculos valentes, não há maneira do velho morrer. Antes pelo contrário, multiplicou-se, germinou e está por todo o lado. Frases como "Lá fora é que é bom" ou "Isto, só em Portugal" fazem parte do dia-a-dia nacional tanto como o mata-bicho ou a escarradela para o chão.
Mas será que no nosso país não há qualidade? Será que somos todos uns atrasadecos, colocados estrategicamente no rabiosque da Europa, mesmo para não incomodarmos muito os nossos vizinhos?
Por isso, e só para citar alguns exemplos que aprecio particularmente: Produções Fictícias, Mandala, Nuno Markl, Pedro Ribeiro, Maria de Vasconcelos, Ricardo Araújo Pereira (o moço que faz stand-up comedy e que está também num dos melhores blogs nacionais, o Gato fedorento, e que é, na minha opinião, a maior revelação no humor nacional dos últimos anos), David Fonseca, Maria Rueff, Rui Rio, Francisco Louçã, Felícia Cabrita, entre muitos outros...vão-se embora, por favor. Estão a dar-nos cabo do panorama cinzento em que gostamos de navegar...