sexta-feira, junho 13, 2003

David Fonseca e a vida após os Silence 4

Aqui pelo blog, a Sara já nos disse o que pensa do 1º álbum a solo do vocalista dos Silence 4, David Fonseca.
Resolvi dar a minha opinião acerca do mesmo assunto, porque na realidade, me parece justo que se transmita o quanto este CD tem para oferecer.
Antes do lançamento deste disco, tinha dado um pulo ao site do David, onde fui encontrar criticas do tipo "Ele sozinho não vale nada, o sucesso da banda era do trabalho do Rui Costa.", ou ainda, "O som dos Silence 4 é repetitivo e sempre igual. Não vai a lado nenhum sozinho".

Ora, eu tenho ambos os cd's de Silence 4.
O primeiro, "Silence becomes it", foi dos poucos álbuns até hoje pelo qual me apaixonei à primeira audição, desde os primeiros acordes do "Borrow" na rádio ou do som do "Dying young" no spot de publicidade que passava na TVI ao Seinfeld. O seguinte, "Only pain is real", já não teve o mesmo impacto a início mas, à medida que me ia acostumando a ouvi-lo, acabei por gostar ainda mais do que do anterior. Ainda hoje sei praticamente os álbuns de uma ponta à outra e ouço-os com frequência. Músicas como "Angel song"; "Empty happy song"; "Only pain is real" ou "Dying young" ainda hoje me fazem vibrar.
Por isso, quando soube que o David Fonseca ia lançar um trabalho a solo, dois pensamentos me vieram de imediato à cabeça. Será que é o fim dos Silence 4? Será que ele se "safa" sozinho? E depois ouvi o single de estreia..."Someone who cannot love". A reacção foi imediata, fiquei apaixonado pela música, pela letra, pelo som intimista a que já me tinha habituado nos trabalhos com a banda. Mesmo assim, tinha algum cepticismo acerca do restante do trabalho do David. Até que o ouvi na Best Rock FM, no Programa da Manhã, a apresentar o novo álbum, a conversar sobre ele, sobre os Silence 4, sobre o futuro e o passado e a interpretar uma versão soberba (ou não) do "U can't touch this", de MC Hammer (onde surgiu a teoria de que Fátima Felgueiras estaria realmente escondida nas calças de MC Hammer, numa casa na Buraca). Também nesse programa ouvi pela primeira vez o "The 80's" e partes de outras músicas e foi então que resolvi comprar o álbum o mais depressa possí­vel. E se bem o pensei, melhor o fiz.

À primeira vista, o que impressiona é a qualidade da caixa do CD, está espectacular e quase que vale o dinheiro só por si. Depois, ouvi o CD entre Lisboa e Sines, por volta das 10 da noite e, meus amigos, se as 2 músicas que já conhecia me tinham conquistado, o resto do disco foi só a confirmação de que vos estou a falar dum enormíssimo trabalho.
Desde a introdução até ao último acorde do "My sunshine and my rain", que delí­cia ouvir o David expor a sua alma, a sua vida, daquela maneira. Como disse a Sara, estas músicas não foram feitas pensando em serem editadas, e nota-se. É tudo tão puro, tão simples, tão íntimo e ao mesmo tão bem produzido pela mão desse génio chamado Mário Barreiros, que não poderia ser melhor.
Aconselho vivamente a aquisição deste excelente álbum de música(s): Chama-se "Sing me something new" e é simplesmente divinal.

"So this is how it feels to be young,
let's turn off the lights, let's blackout the Sun,
we can't be bought and can't be sold,
we figure out ways of deranging the World"

So you want to save the World - David Fonseca