Euro 2004 : Prós e contras
Faltam exactamente 364 dias para o primeiro jogo do Euro 2004, a ser realizado no estádio do Dragão, no Porto. Para a realização deste evento desportivo, o maior alguma vez realizado em Portugal, estão a ser construídos ou a ser totalmente remodelados dez estádios de futebol.
Numa altura em que a crise económica no país se faz sentir no bolso de todos os portugueses já foram despendidos 952,82 milhões de euros, até à data, para a organização deste evento. Quer gostemos ou não de futebol estamos todos a ser obrigados a pagar os custos deste evento através dos nossos impostos.
Diz-se que o facto de estarmos a organizar tal acontecimento traz grandes oportunidades em termos de emprego. Mas até agora, se olharmos para quem constrói os estádios, deparamo-nos com muitos africanos, muitos homens de leste, muitos brasileiros e muito poucos portugueses. De qualquer modo, para a parte logística e organizacional da questão ainda estão a ser recrutadas pessoas e julgo que, para tal, será dada prioridade aos portugueses (esperamos). Há porém o pedido de voluntários feito pela organização deste evento e aqui lá se vai a oportunidade de emprego pois acredito que muito «futebol-maníaco» não se importe de trabalhar de graça só para poder ver os jogos «gratuitamente».
Um aspecto positivo será a revitalização das áreas envolventes aos novos estádios. No entanto, actualmente, na grande maioria dos dez estádios essas obras estão atrasadas, algumas não tendo previsão para o seu início ou conclusão.
Outra coisa que a organização deste acontecimento poderá trazer é a divulgação do nosso país no estrangeiro. Sendo Portugal riquíssimo em termos de recursos turísticos (turismo que, na minha opinião, poderia ser a nossa maior fonte de receitas), esta é uma excelente oportunidade para nos divulgarmos e mostrarmos aquilo de que Portugal é feito (história e belas praias: haverá algo mais apelativo para os turistas?).
Porém, a promoção do torneio tem sido fraquíssima. Foram feitas escassas acções publicitárias fora das fronteiras e mesmo dentro é o que se tem visto. Em declarações ao Público, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol e da Sociedade Euro 2004, Gilberto Madaíl, garantiu que tudo estava a ser feito dentro dos prazos e que o evento será amplamente publicitado.
Cá dentro, e apesar da crise, a corrida aos bilhetes deu-se logo no dia do anúncio da venda sendo que, em apenas dez dias, foram feitas 100 mil reservas.