O rótulo de feminista
Estive ontem numa conferência sobre o vírus VIH (o da sida) e as mulheres organizada pela Abraço. Entre as muitas coisas que se disseram e alertas que se fizeram (talvez mais tarde venha aqui escrever sobre isso), uma das coisas que as feministas da Abraço referiram foi que as mulheres devem ter um maior poder de decisão nas relações e no casamento. Alertaram para o facto dos médicos darem informações sobre sida às mais jovens, não o fazendo tanto a mulheres com mais de 50 anos, o que consideram (e eu apoio) estar mal. O que achei ridículo foi a seguinte afirmação:
«As mulheres casadas com mais de 50 anos devem poder pedir aos seus maridos que usem o preservativo (isto mesmo que elas tomem a pílula, ou já não corram riscos de engravidar), sem que haja a desconfiança de que ou ele, ou ela estão a cometer adultério...»
E eu pergunto: se não há adultério, porque carga de água vão usar preservativo num casamento estável?
Se há adultério para quê dizer: querido passas a usar preservativo...não será mais lógico usar o preservativo com o amante?...
Se há desconfiança de que o marido tem uma amante para quê dizer: querido passas a usar preservativo...não será mais lógico encostá-lo à parede com a desconfiança ou provas?
Enfim... exageros! Depois é por causa de argumentos como este que ninguém leva a sério os argumentos de falta de igualdade mesmo quando existe razão, e a pessoa não é, necessariamente, feminista (nem tem de ter esse rótulo)...
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