Emplastro
Já nem sequer é novidade. O homem, e uso a palavra homem no seu significado mais vasto e abrangente, está em todo o lado.
Aposto como qualquer um de nós já recebeu, no mínimo, uma dezena de emails com situações reais ou ficcionadas (mas não de todo impossíveis) com este nosso amigo, também conhecido por 'Animal' e muitos outros nomes.
Esta verdadeira figura pública, que fez esquecer o ilustre Tino de Rans, por exemplo (não sei mesmo se não será o upgrade de tão ilustre autarca), até tem direito a um site próprio no Sapo.
Não é para todos, o homem chega a aparece em 3 ou 4 canais de televisão ao mesmo tempo, já tendo estreado na TV internacional, durante o Boavista - Celtic (em directo na BBC News), aparece na companhia de jornalistas, políticos, figuras públicas e até gente no jet set. Já foi alvo de caricaturas, sketchs humorísticos e até ganhou um prestigiado Prémio Hoquemoca (a.k.a. homem que mordeu o cão) de esferovite, para a categoria "POIS É, POIS É. CÁ ESTAMOS, atribuído às individualidades que têm o dom da omnipresença, onde concorreu com, imagine-se, Deus.
E foi aí que a minha teoria acerca desta verdadeira entidade nacional se começou a formar. Ora vamos cá a ver...na minha opinião, Deus e o Emplastro são uma e a mesma pessoa...pensem bem nisto. Ambos estão em todo o lado (e ao mesmo tempo), não dizem nada, têm aquele olhar distante, como que cheios de certezas absolutas. Cá para mim, Deus quis voltar a esta terra, em período de crise de Fé (até a Fátima fugiu), e o melhor disfarce que arranjou para nos fazer uma visita foi aquele. Afinal, sejamos justos. Se Ele voltasse a aparecer vestido de branco, de sandálias e cabelo comprido, toda a gente iria pensar que era mais um brasileiro a tentar sacar uns cobres aos pobres portugueses. Ia ser um fiasco. Aparecendo no corpo de um Emplastro, não há hipóteses de nos escaparmos a levar com Ele todos os dias, em todo o lado, em qualquer situação.
Não que não tenham havido tentativas anteriores...mas menos convincentes. Assim de repente lembro-me do Zé Maria, do Pacheco Pereira, do Cláudio Ramos ou do Carvalho da Silva. Também eles pareciam ter esse dom da ubiquidade, mas foram esperanças vãs e rapidamente entraram num esquecimento profundo, só surgindo de tempos a tempos como que para tentar o milagre do levantar dos mortos. Têm azar, Lázaro houve só um. Se bem que estou convencido que, caso o Emplastro fosse atropelado, digamos, pelo Metropolitano do Porto, provavelmente apareceria no dia seguinte, atrás de um qualquer jornalista, em qualquer canal, em qualquer local....Pensem nisto!