segunda-feira, outubro 26, 2015

Europa com radicais de esquerda e direita e os maus dos liberais

Muito destaque se dá à vitória da extrema-esquerda (não referindo a aliada extrema-direita (isso não interessa)), na Grécia. Aconteceu este ano em Janeiro e voltou a acontecer em Setembro. O que não se vê destacado na imprensa é que desde Janeiro do ano passado (2014), a Sérvia, Hungria, Bósnia-Herzegovina, Ucrânia e Polónia elegerem governos Nacionalistas, com ou sem coligação (de extrema-direita). Há, portanto 5 países com novos governos nacionalistas na Europa (contando com o grego, que os tem em coligação, 6) e ninguém o menciona. Passa-nos ao lado. Parece que não interessa. Que não significa uma mudança na mentalidade europeia. Mudança à qual devíamos estar atentos e não estamos.
Numa nota mais positiva (para quem é verdadeiramente democrata e defende a liberdade para todos (ricos, pobres, brancos, não brancos, gays, heterossexuais, etc.) é que, também desde Janeiro de 2014, Bélgica, Eslovénia, Kosovo, Suécia, Letónia, Andorra, Estónia e Suíça elegeram governos Liberais (com ou sem coligação), ou seja, há 8 países na Europa com governos Liberais, e ninguém o menciona... há um com a extrema-esquerda e falam em "mudança" (só porque a Grécia, tendencialmente de esquerda, "mudou" para a extrema-esquerda)... mas há 6 com extrema-direita, e 8 com liberalismo, e parece que não interessa nada.
Quem ler a imprensa neste país, pensa que a Europa está a virar à esquerda. Sendo que ignorar a extrema-direita, não abordar o assunto e deixar passar ao lado como se nada fosse, não resolve nada, não leva a que se perceba que existe um perigo. Mas compreendo, tal como os jornalistas acham que influenciam opiniões e fazem com que mais gente vote extrema-esquerda (que defendem) ao noticiarem a vitória Grega, e por isso o fazem, também acham que podem levar a que mais gente vote na extrema-direita (que demonizam) se falarem nas várias vitórias que a mesma tem na Europa e por isso calam... infelizmente, ou calavam ambas, porque ambas são perigosas, ou falavam de ambas pelo mesmo motivo. Mas não... Continuamos num mundo ridículo onde, ao mesmo tempo que, realisticamente, se teme o nacionalismo, se branqueia e se beatifica o regime, até à data, mais mortal do mundo - o comunista.



P.S - Já agora, por mera curiosidade, em todas as eleições parlamentares europeias desde Janeiro de 2014 só a Grécia tem muitos comunistas e extrema-esquerda, que estão inclusivamente no governo, assim como Portugal (18%), a Bélgica ficou com 4% de comunistas (elegendo, tal como referido anteriormente, um governo liberal), e os restantes países (e regiões autónomas) que tiveram eleições desde Janeiro de 2014 (um total de 19) elegeram 0% (ZERO POR CENTO) de comunistas e extrema esquerda no parlamento, e a grande maioria nem socialistas elegeram, havendo ainda uma quantidade significativa de social-democratas (que são considerados de esquerda em qualquer outro país, para além de Portugal).
No entanto, quem lê a imprensa de esquerda fica com a impressão que "o medo mudou de lado" e que "os comunistas estão em força"... não estão... o que estão é a perdê-la cada vez mais. Daí o medo.

domingo, outubro 25, 2015

Igualdade de género nos salários, nem que seja por decreto... Porquê?

As maiores empresas britânicas vão ser obrigadas a revelar quais os prémios que oferecem aos seus empregados, de modo a combater a desigualdade nos salários.
De modo geral, ou seja, "misturando tudo", as mulheres recebem menos 19% do que os homens e os britânicos (e, infelizmente, não só) querem, por decreto, mudar isso.

Tendo em conta que as profissões mais bem pagas (como directores administrativos, engenheiros, pilotos comerciais, etc.), necessitam de licenciaturas e cursos para os quais poucas mulheres concorrem (por exemplo, as faculdades de economia, gestão e finanças têm cerca de 30% de mulheres, se formos às de engenharia o número decresce para menos de 20% e para piloto comercial encontramos apenas 6% de mulheres), como podemos exigir que, na generalidade, as mulheres recebam o mesmo que os homens? Das quatro uma: Ou baixamos o ordenado das profissões mais bem pagas, ou subimos os ordenados de secretárias e outras profissões escolhidas pelas mulheres, ou obrigamos a quotas de 50% de mulheres nos cursos em questão (nem que para isso "deitemos fora" entre 30 a 50% de pessoas mais interessadas e, provavelmente, com melhor nota), ou obrigamos a quotas nas empresas para os referidos empregos novamente em detrimento de alguém mais capacitado e motivado, só porque tem o órgão sexual errado no meio das pernas.

A mentalidade e a sociedade não se muda por decreto. Quando escolhem o seu percurso académico, as mulheres, tal como os homens, sabem quais as saídas profissionais dos cursos em questão. Escolhem os que escolhem por paixão, por motivação, pelo que for. Os homens, na generalidade, são mais ambiciosos, gostam de coisas práticas e de solucionar problemas. As mulheres não olham para o ordenado da profissão que escolhem. Vão, especialmente, para cursos como o ensino e a medicina (este talvez o mais bem pago das profissões mais femininas) e, mesmo na medicina, encontramo-las mais na enfermagem que na medicina (onde os homens ainda são mais, mas por pouco tempo)
porque preferem servir, ser úteis, ajudar. Elas escolhem profissões, mais "humanas", mais "humanitárias", onde se vê e se sente que se faz a diferença, o bem, ou mal, que façam é visto no imediato e tem influência na vida de uma pessoa ou uma família. Profissões mais "particulares". Eles escolhem profissões mais "gerais". Onde o bem, ou mal, que fazem não é visto imediatamente e influência muito mais que uma pessoa ou uma família. Há uma grande diferença entre homens e mulheres. Elas escolhem profissões que não são tão bem pagas, eles escolhem o contrário. Como podem, depois de todo o percurso de uma vida, vir exigir receber o mesmo por decreto?

segunda-feira, outubro 19, 2015

Ajudar os nossos: Sem-Abrigo querem apoio semelhante ao dos refugiados

Nas notícias de hoje: apesar de compreenderem que o Estado preste apoio aos refugiados, as pessoas sem-abrigo de Lisboa dizem que o Governo não se pode esquecer delas.

Para quem afirma "podemos preocupar-nos com uns e com os outros" eu pergunto: "mas estamos a preocupar-nos "com os outros"? Há cerca de 4000 sem-abrigo em Portugal, para quem nunca se encontrou uma resposta social e fomos aceitando isso como uma realidade inultrapassável. Entre as "sopas"e os cobertores que fomos dando, a título individual, "nada mais" podia ser feito. O facto é que agora aparecem, de repente, e no mesmo país, condições para acolher 5000 pessoas, em casas mobiladas, com direito a alimentação, cuidados de saúde, roupa, escola gratuita e tudo pago por "nós" (em nome colectivo). Não me venham com o "ah nunca se preocuparam com os sem-abrigo, e agora usam-nos como desculpa da sua insensibilidade", porque não fazem ideia do que cada um de nós doa, doou ou faz pelos sem-abrigo. E se calhar é quem mais faz que mais confuso fica com o facto de, afinal, haver forma de retirar 5000 pessoas das ruas... desde que não sejam as nossas, desde que não sejam as que já cá estão. (e quem diz isto sobre Portugal, diz sobre todos os países da Europa... em todos os países há sem-abrigo e continua a haver porque "não há solução"... mas há para os "refugiados").

sexta-feira, outubro 09, 2015

O mal foi feito... agora é esperar

Não fiquei contente com os resultados eleitorais porque já esperava o que está a acontecer.

O Costa avisou ao que vinha. Na campanha já falava em possível coligação de derrotados, nem que para formar governo tivesse de aliar-se à extrema-esquerda. Ver agora pessoas do PS muito assustadas com o que daí vem, deixa-me completamente desanimada. Não foi sem aviso. Se não concordam e votaram no PS sabendo o que podia vir, a culpa é vossa. Inteiramente vossa.

Obviamente que a esquerda radical está nas nuvens. Nunca foi democrática, e "ganhar" eleições na secretaria para eles é mais que suficiente.

Não sei até que ponto, constitucionalmente, se pode formar governo assim. Não sei até que ponto se poderá afirmar que pegar em três derrotados e dar-lhes o governo não vai contra "os resultados eleitorais", previstos na Constituição. Mas assumindo que é, de facto, possível e que o Presidente o faz (ou é forçado a fazê-lo), que futuro acham que tem o país?

Com Costa como Primeiro-Ministro com boa parte dos socialistas contra ele, e o orgasmo colectivo da extrema-esquerda que se estará a borrifar para a democracia. Depois chegarão as exigências. Saída do Euro. Saída da Nato. Nacionalização da Banca, etc. Tudo coisas que o PS, até agora, não defende. Como se resolverá? Falhando, iremos para eleições antecipadas e acham mesmo que o PS sobreviverá a umas depois deste cenário?

Entretanto, passará tempo suficiente para acabar com a confiança dos investidores, aumentar a despesa, aumentar a dívida. Quando voltar o governo de direita teremos de passar pela austeridade da qual já nos tínhamos livrado. Porque a austeridade, ao contrário do que muitos pensam, não é uma opção política, não é algo que se "defende". É uma inevitabilidade após políticas irresponsáveis de gasto público excessivo, de aumento de dívida irresponsável. Mas, sabem que mais? Mesmo que agora seja o governo minoritário de direita a tomar posse, o resultado não será muito diferente deste. O mal foi feito no dia 4 de Outubro quando os portugueses não perceberam (e talvez ainda não percebam) que as opções viáveis são muito poucas. Agora é esperar que se resolva o mais depressa possível para sofrermos um pouco menos.

segunda-feira, outubro 05, 2015

Reflexões após noite eleitoral

A PàF ganhou. Ouvindo os discursos dos vários líderes todos ganharam, na verdade. A PàF porque ganhou, de facto, as eleições. Os restantes porque a PàF não ganhou a maioria absoluta e, logo, a esquerda está, de facto, em maioria no parlamento.
Seja quem for que tiver ganhado, o facto é que sem maioria absoluta a PàF não ganhou grande coisa. A verdade é que dias de instabilidade política se seguirão.
António Costa, que há uns tempos exigiu a demissão do outro António por ter tido uma "vitória poucachinha", diz que não de demite apesar da sua derrota.
Não vale a pena alargar-me muito sobre os "grandes". Todos sabemos o que daí vem. Durante 4 anos andou a esquerda a encher a boca tentando passar a imagem que o governo, eleito democraticamente e com maioria absoluta, não tinha legitimidade. Porque todos sabemos que os resultados só são legítimos quando ganha a esquerda - dona da verdade e da democracia. Actualmente existem 2 partidos, coligados, de direita que ganharam as eleições provando assim que, afinal, tinham legitimidade, e continuam a ter. E existem outros 3, não coligados, de esquerda, mas que agora estão com planos de se juntarem para ver se os que ganharam passam a perder, num total desrespeito, como é hábito da esquerda, pelos resultados democráticos. Quanto a outras reflexões:

O PAN elegeu um deputado. Não sei se as quase 75 mil pessoas que votaram PAN são vegetarianas mas espero que sim, caso contrário, se o PAN um dia for governo serão condenadas por homicídio se comerem carne. Também espero que sejam pessoas que querem trabalhar muito mais para possibilitar a existência do Rendimento Básico Incondicional para todos os que nascem no país, dado que muita gente, existindo tal, simplesmente deixaria de trabalhar. Logo, alguém o tem de fazer por eles e muito mais. Infelizmente acredito mais que quem quer que exista um Rendimento Básico Incondicional seja quem deseja trabalhar menos e não o contrário.

O BE duplicou o número de votos. Mais de 500 mil pessoas votaram no BE. Foram mais cerca de 200 mil pessoas do que em 2011. Mais 200 mil pessoas neste país acreditam que é possível uma política do Syriza a dar resultado. Mais 200 mil pessoas a achar que existem classes inferiores de pessoas, que existe gente com menos direitos, que não se deve ter direito à propriedade privada, à liberdade individual, a mandar na própria vida. Mais 200 mil pessoas neste país continuam a acreditar que é possível ter "sol na eira e chuva no nabal" e não pensam um bocadinho, nem admitem que alguém as mande pensar. Os da CDU acreditam exactamente no mesmo, mas pelo menos esses mantêm um número estável de eleitores. Já sabemos com o que contamos.

Por outro lado (mas igualmente problemático), os votos no PNR mostram que aumentou em 10 mil o número de portugueses apoiantes de políticas fascistas e nazistas. Mais 10 mil pessoas a achar que existem classes inferiores de pessoas, que existe gente com menos direitos, que não se deve ter direito à liberdade individual, nem a mandar na própria vida.

Assustador também, é o facto de o PS ter conseguido 32% dos votos... O partido que por três vezes nos levou à bancarrota, o partido que está com as mesmas pessoas que tinha em 2011 quando dele fazia parte um ex-primeiro-ministro que está encarcerado por nos roubar, consegue ainda convencer 32% dos portugueses que são o melhor para o país... Francamente tenho mais respeito pelos que acreditam que é possível "sol na eira e chuva no nabal" ou pelos que declaradamente e sem vergonha são fascistas e acham que existe gente com menos direitos que eles.

Positivo, ou mais ou menos, é o facto de o AGIR, com a Joana Amaral Dias à cabeça, que fez uma campanha absolutamente ordinária, que explorou a filha por nascer, não ter conseguido um único deputado. Não merecia. Pena que, mesmo assim, mais de 22 mil pessoas tivessem sido convencidas por tal ordinarice.

A culpa é das mamas...

As pessoas admiram-se muito com o Estado da Nação e com a quantidade de corruptos e boys que para aí andam.
Não vejo onde está a admiração dado que somos o mesmo povo que meteu como imagem do actual regime, há pouco mais de 100 anos, uma gaja de mamas ao léu. Depois disso entrar na ditadura foi fácil. Sem as mulheres como eleitoras, sempre que precisavam que se apoiasse uma qualquer decisão metia-se a imagem da gaja de mamas ao léu em frente dos eleitores e eles nem reparavam no que votavam. Deu no que deu. A culpa é das mamas da república.

quinta-feira, outubro 01, 2015

Há milénios que se educam crianças... Somos melhores agora?

Há milénios que se educam crianças. Não indo a milénios, vamos aqui aos últimos 60 ou 50 anos. Acham que os adultos entre os 30 e os 60 anos saíram mal? estão todos traumatizados? Ninguém sabe viver? Por que raio, hoje em dia, a educação das crianças tem de obedecer a regras criadas por pedagogos. Por que raio há cada vez mais livros para "sabermos educar as criancinhas"? Por que raio agora tudo os pode traumatizar? Estamos aqui quase todos. Os nossos pais souberam amar-nos, souberam dar o melhor deles, souberam educar-nos. Não precisámos de dezenas de actividades extra-curriculares, não precisámos que se protegessem os que tinham mais dificuldades. Não precisámos que passassem o tempo a estimular a nossa auto-estima. Aprendemos a gostar de nós mais cedo ou mais tarde, mas fomos aprendendo. Hoje tudo é um problema. O menino ri muito, deve ter um distúrbio qualquer, o menino ri pouco, deve ter um distúrbio qualquer. Andamos todos formatados e a formatar.  Há milénios que se educam filhos sem livros e sim com instinto e com amor. E a humanidade tem conseguido coisas fabulosas...