sexta-feira, outubro 09, 2015

O mal foi feito... agora é esperar

Não fiquei contente com os resultados eleitorais porque já esperava o que está a acontecer.

O Costa avisou ao que vinha. Na campanha já falava em possível coligação de derrotados, nem que para formar governo tivesse de aliar-se à extrema-esquerda. Ver agora pessoas do PS muito assustadas com o que daí vem, deixa-me completamente desanimada. Não foi sem aviso. Se não concordam e votaram no PS sabendo o que podia vir, a culpa é vossa. Inteiramente vossa.

Obviamente que a esquerda radical está nas nuvens. Nunca foi democrática, e "ganhar" eleições na secretaria para eles é mais que suficiente.

Não sei até que ponto, constitucionalmente, se pode formar governo assim. Não sei até que ponto se poderá afirmar que pegar em três derrotados e dar-lhes o governo não vai contra "os resultados eleitorais", previstos na Constituição. Mas assumindo que é, de facto, possível e que o Presidente o faz (ou é forçado a fazê-lo), que futuro acham que tem o país?

Com Costa como Primeiro-Ministro com boa parte dos socialistas contra ele, e o orgasmo colectivo da extrema-esquerda que se estará a borrifar para a democracia. Depois chegarão as exigências. Saída do Euro. Saída da Nato. Nacionalização da Banca, etc. Tudo coisas que o PS, até agora, não defende. Como se resolverá? Falhando, iremos para eleições antecipadas e acham mesmo que o PS sobreviverá a umas depois deste cenário?

Entretanto, passará tempo suficiente para acabar com a confiança dos investidores, aumentar a despesa, aumentar a dívida. Quando voltar o governo de direita teremos de passar pela austeridade da qual já nos tínhamos livrado. Porque a austeridade, ao contrário do que muitos pensam, não é uma opção política, não é algo que se "defende". É uma inevitabilidade após políticas irresponsáveis de gasto público excessivo, de aumento de dívida irresponsável. Mas, sabem que mais? Mesmo que agora seja o governo minoritário de direita a tomar posse, o resultado não será muito diferente deste. O mal foi feito no dia 4 de Outubro quando os portugueses não perceberam (e talvez ainda não percebam) que as opções viáveis são muito poucas. Agora é esperar que se resolva o mais depressa possível para sofrermos um pouco menos.

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