As férias, essa louca quimera que vai acabar dentro de 6 dias:
O facto das minhas férias se aproximarem rapidamente do seu termo (na próxima 2ª feira já terei que me deslocar à faculdade, e logo no dia a seguir, às 08:00 terei aulas, com uma personagem que desejo desenvolver num post futuro, de tão bizarra que é), levou-me a estar a consumir, quase a ritmo contínuo, tudo o que fui guardando para "ver nas férias" e que, obviamente e como acontece na grande maioria destas situações, ainda não tinha visto. Assim, num espaço de 18 horas concluí a 1ª época de "Ficheiros Secretos", a 3ª de "24" e vi o documentário sobre os 30 anos dos Monty Python, datado de 1999.
Quanto à série sobre "a verdade que está lá fora, ao-frio-e-à-chuva, e-se-calhar-ainda-se-constipa", e tendo em conta que já é, na sua medida, algo "datada" - provavelmente terá sido algo de extraordinário em 1993, mas em 2005 há ali muita coisa que parece algo básica e até facilmente descodificada, quando era apresentada como algo de muito complexo já que, por exemplo, no último episódio da 1ª época o genoma humano é apresentado como uma descoberta cientifica longínqua e o efeito especial mais caro é capaz de ser umas lentes de contacto verdes para Eugene Tooms (um dos "aliens" que aparece pelo menos 2 vezes nesta época), - a verdade é que aquilo é bom. É muito bom. É do melhor que já se fez. E não estou a falar apenas dos enormes seios de Dana Scully, a.k.a. Gilian Anderson.
Já "24", apesar de não ser tão bom nem tão bem feito como a série de Chris Carter, a verdade é que é bem mais viciante. A própria estrutura da série - para quem não conhece o conceito, são 24 episódios de 1 hora que se passam em tempo real durante as 24 horas de um único dia – proporciona isso. Aquilo é para ser consumido episódio atrás de episódio, apesar de nós sabermos que a probabilidade de aquilo tudo acontecer em apenas 24 horas assemelha-se à probabilidade de alguém acertar no EuroMilhões (nesta 3ª época, a uma das personagens acontece e, repito, em apenas 24 horas: está no comando, é baleado, é operado, volta ao comando, ajuda a apanhar o mau da fita, ajuda o mau da fita a fugir, salva a mulher, salva a filha do mau da fita, é detido, é acusado de traição à Pátria, volta ao comando e é detido novamente…e é provável que eu me esteja a esquecer de enumerar alguma coisa), mas mesmo assim, e se nos deixarmos levar no espírito da coisa, aquilo é mesmo dos mais viciantes produtos do entretenimento actual e recomenda-se vivamente.
No documentário da BBC Two (perdão…One) sobre os Monty Python, apesar de provavelmente ser um pouco restrita ao grupo de "fiéis" do grupo britânico, está ao nível do melhor que já se fez sobre e com os próprios Python. Há por ali algum material inédito que é tão ou mais delirante que o original, recomendando-se vivamente mas só para quem como eu, humildemente me confesso, é fã do grupo.
Mas o que me leva a falar deste documentário dos Python é a questão que me passou pela cabeça quando acabei de o ver. Se a RTP decidisse passar isto no canal 1 no dia da estreia de um reality show da concorrência, que audiência teria um produto destes? 1%? 2%?
É que eu não sou daqueles que pensa que a televisão é má por que é o que o "espectador médio" quer ver. Eu acho que, se dessem ao espectador uma noite de prime-time de domingo com, vamos lá, os Monty Python na 1, o Desperate housewives na SIC e um bom filme na TVI, o tal do "espectador médio" agradecia comovido. Será que algum dia o "programador" vai chegar a essa mesma conclusão, ou estarei de todo errado e não sei o que digo?
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