sexta-feira, junho 06, 2003

Emplastro

O meu pai é o Pinto da Costa e a minha mãe é o Vítor BaíaJá nem sequer é novidade. O homem, e uso a palavra homem no seu significado mais vasto e abrangente, está em todo o lado.
Aposto como qualquer um de nós já recebeu, no mínimo, uma dezena de emails com situações reais ou ficcionadas (mas não de todo impossí­veis) com este nosso amigo, também conhecido por 'Animal' e muitos outros nomes.
Esta verdadeira figura pública, que fez esquecer o ilustre Tino de Rans, por exemplo (não sei mesmo se não será o upgrade de tão ilustre autarca), até tem direito a um site próprio no Sapo.

Não é para todos, o homem chega a aparece em 3 ou 4 canais de televisão ao mesmo tempo, já tendo estreado na TV internacional, durante o Boavista - Celtic (em directo na BBC News), aparece na companhia de jornalistas, políticos, figuras públicas e até gente no jet set. Já foi alvo de caricaturas, sketchs humorí­sticos e até ganhou um prestigiado Prémio Hoquemoca (a.k.a. homem que mordeu o cão) de esferovite, para a categoria "POIS É, POIS É. CÁ ESTAMOS, atribuí­do às individualidades que têm o dom da omnipresença, onde concorreu com, imagine-se, Deus.
E foi aí que a minha teoria acerca desta verdadeira entidade nacional se começou a formar. Ora vamos cá a ver...na minha opinião, Deus e o Emplastro são uma e a mesma pessoa...pensem bem nisto. Ambos estão em todo o lado (e ao mesmo tempo), não dizem nada, têm aquele olhar distante, como que cheios de certezas absolutas. Cá para mim, Deus quis voltar a esta terra, em perí­odo de crise de Fé (até a Fátima fugiu), e o melhor disfarce que arranjou para nos fazer uma visita foi aquele. Afinal, sejamos justos. Se Ele voltasse a aparecer vestido de branco, de sandálias e cabelo comprido, toda a gente iria pensar que era mais um brasileiro a tentar sacar uns cobres aos pobres portugueses. Ia ser um fiasco. Aparecendo no corpo de um Emplastro, não há hipóteses de nos escaparmos a levar com Ele todos os dias, em todo o lado, em qualquer situação.
Não que não tenham havido tentativas anteriores...mas menos convincentes. Assim de repente lembro-me do Zé Maria, do Pacheco Pereira, do Cláudio Ramos ou do Carvalho da Silva. Também eles pareciam ter esse dom da ubiquidade, mas foram esperanças vãs e rapidamente entraram num esquecimento profundo, só surgindo de tempos a tempos como que para tentar o milagre do levantar dos mortos. Têm azar, Lázaro houve só um. Se bem que estou convencido que, caso o Emplastro fosse atropelado, digamos, pelo Metropolitano do Porto, provavelmente apareceria no dia seguinte, atrás de um qualquer jornalista, em qualquer canal, em qualquer local....Pensem nisto!