sexta-feira, janeiro 09, 2015

Um estado forte para evitar a prevaricação?

Vale a pena ler este artigo na íntegra (deixo um excerto) reorientar as leituras: a propósito de uma desistência | Instituto Ludwig von Mises Portugal: [...]"Por último, algumas breves palavras sobre as soluções para reparar tantos malefícios causados à economia e, por via dela, a milhares, milhões de pessoas. O deputado Abreu Amorim, desiludido com o liberalismo, propõe agora um «estado forte» e verdadeiramente «intrusivo» no sistema financeiro. Se isso não suceder surgirão pessoas que «vão prevaricar, vão iludir, vão enganar, vão dissimular, vão martelar contas». Ora, também aqui o deputado Carlos Abreu Amorim está mais do que enganado. O estado que ele julga fraco, já é mais do que forte nestes e em muitos outros domínios. Foi por o ser que, por exemplo, se permitiu mandar gestores para bancos privados, como o BCP, se autorizou a dominar, para satisfazer as convencias e interesses pessoais e políticos dos «boys and girls» dos partidos, a Caixa Geral de Depósitos, que «salvou» o BPN à custa dos orçamentos de estado das próximas décadas, que concedeu alvarás para montar verdadeiros estaminés aos amigos e ex-governantes do seu partido – o PSD – e aos tios e primos da Quinta da Marinha, que entregou um banco falido, mas com as dívidas pagas pelos contribuintes, à família real angolana, que limpou os depósitos privados para sustentar a dívida pública, que incentivou o crédito a rodos para trazer satisfeitos os seus clientes (os eleitores), etc..

Estas são algumas das consequências de um sistema financeiro e bancário controlado pelo estado, controlo que o deputado Abreu Amorim quer agora ampliar. Será que dará bom resultado? Não será melhor deixar os bancos entregues à pura lógica do mercado, numa relação simples entre cada uma dessas empresas e os seus clientes, advertindo-os, a uns e a outros, que quem não souber cuidar dos seus interesses os perderá, como sucede em qualquer ramo de actividade? Talvez se as coisas fossem assim, se não saíssem de uma pura lógica de mercado, os bancos fossem mais cautelosos e o sistema financeiro estivesse ancorado numa economia real baseada em poupanças e depósitos, em vez de estar ancorada na ficção do crédito sem nada que o garanta, a não ser o próprio estado que o incentiva. Mas, uma vez mais, tal como nos livros policiais rascas em que o criminoso é sempre o mordomo, também em Portugal e por esse mundo fora, a culpa é do liberalismo! É certamente nessa fatalidade, e não por culpa de quem nos governa, que encontraremos as razões das nossas desgraças."




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