Devíamos substituir a palavra tolerância pela palavra "respeito". Porque respeito implica que alguém o ganhou e nós o damos, tal como nos é dado. Tolerância implica que algo nos incomoda mas temos de o tolerar, por muito mau que seja, porque faz parte daquilo que o outro é.
Ora, "o outro" não pode ser o que lhe apetece, sem respeito por "nós", escudando-se na palavra tolerância e na acusação de racismo/xenofobia. A tolerância tem de ter um limite e o limite está nas regras, na boa educação e no respeito. Regras essas estabelecidas pelo país onde se está e não pelo país de onde se veio.
Imaginemos o seguinte: Se cuspir na cara de quem passa por nós fizer parte de uma cultura e pessoas dessa cultura vierem para Portugal, temos de aceitar que nos cuspam na cara de cada vez que passamos em frente às pessoas dessa cultura? Não! Porque isso, na nossa cultura, é ser porco e mal educado. A tolerância tem de ter um limite. Quem chega a um país, quem escolhe certo país para viver, tem de passar a conhecer e respeitar as regras do local escolhido e não o contrário. Não é quem recebe que tem de adaptar-se, é quem chega. Podemos dar um tempo de habituação, mas não desculpar maus comportamentos para sempre. Voltando ao exemplo de "cuspir na cara", talvez tolerássemos uma ou duas vezes, mas chamávamos à atenção, se calhar até dávamos um "piparote" e explicávamos que, por cá, isso é inaceitável! Se não conseguirem viver sem cuspir na cara dos outros, têm bom remédio e voltam para o seu local de origem onde a cuspidela é bem aceite.
Existem cerca de 400 mil emigrantes a viver no nosso país, são menos de 5% da população geral, de várias culturas diferentes. A cultura com maior representatividade, os Brasileiros, representa cerca de 1% e, apesar de tudo, têm uma cultura semelhante à nossa, por isso, no geral, não chocam connosco. Há culturas que, provavelmente, representam não mais de 0,2% e, no entanto, mudam-se aspectos da cultura de 99,8% da população para nos adaptarmos àqueles 0,2% e por aí adiante. Chega a um ponto em que ninguém está satisfeito porque todos tiveram de ceder algo e já ninguém se respeita ou tolera. Não será melhor permitir que 5% da população se adapte à cultura original dos 95% do país onde escolheu viver?
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