Vou deixar-vos um excerto deste artigo do site INSTITUTO LUDWIG VON MISES, PORTUGAL . Mas carreguem no link anterior e vão ler tudo. Subscrevo na íntegra.
Antes de mais nada: sou fortemente a favor de consequências eleitorais para o voto em branco.
A saber, assento parlamentar para os votos em branco e repetição de eleições em caso de vitória dos “brancos”.
Temos neste momento um problema grave na nossa democracia, que é o da falta de representatividade.
Todas as democracias têm esse problema, em maior ou menor grau, visto não ser possível (ou praticável) um parlamento onde tenham assento todos os eleitores. Porém, é possível melhorar a actual representatividade da Assembleia da República.
Em todas as eleições há diversos tipos de eleitores:
1) Os que acreditam que determinado candidato é a melhor opção (sejam quais forem as suas motivações).
2) Os que votam no candidato menos mau (porque as alternativas são bem piores).
3) Os que, não acreditando em nenhum dos candidatos (ou no acto eleitoral em si), mesmo que por diferentes razões, se abstêm ou votam em branco (o que, actualmente, vem dar ao mesmo).
4) Os que, não acreditando em nenhum dos candidatos (ou no acto eleitoral em si), votam no que lhes parece ser o pior candidato (ver “Tiririca”). Normalmente na convicção de que não será eleito para nada, mas também, possivelmente, numa de “quanto mais rápido isto for ao charco, mais depressa aparecerá uma solução alternativa”.
5) Os que se abstêm por motivos de força maior (como um acidente pessoal, por exemplo).
6) Os que se abstêm por acharem que não devem opinar sobre determinado assunto.
6.1) Por acharem que não têm informação suficiente para formar uma opinião.
6.2) Por terem outras prioridades (que não motivos de força maior) em dias de eleições.
6.3) Por ser uma eleição/referendo sobre um assunto sobre o qual acham que a sua opinião não é relevante (sendo adepto do FC Porto, não me passa pela cabeça votar em eleições de outros clubes, mesmo que o pudesse fazer).
6.4) Por não se julgarem capazes de ter opinião sobre determinado assunto.
Começando pelo fim, os do P.6, agradeço que não votem. É o melhor que têm a fazer.
Estes eleitores só votam se forem obrigados a tal e essa é uma das razões (entre várias) pela qual sou contra a obrigatoriedade do voto.
Relativamente aos tipos de eleitor mencionados nos pontos 1, 2, 4 e 5, concorde ou não com as razões de cada um, considero-as válidas.
O ponto fulcral é o 3º.
Não considero aceitável que um voto em branco de quem acha não se sentir representado por qualquer das propostas eleitorais, valha o mesmo que uma abstenção (como as descritas no P.6). É UMA INJUSTIÇA TREMENDA.
A nossa classe política não se está sempre a queixar da elevada abstenção? Provavelmente, muitos dos do P.3 que se abstêm, iriam votar se o voto em branco não fosse a inutilidade que é.
Terão medo de um voto em branco a contar? Alguns sim: há muita gente neste mundo com medo de eleições livres e representativas. Aliás, o truque mais comum para forjar eleições é o de limitar as opções à disposição dos eleitores (em certos sítios até só há uma opção possível).
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