Ouvia na rádio uma sobrevivente do holocausto e mais uns quantos familiares de sobreviventes que entretanto já morreram. Depois de recordarem o horror que o regime nacional socialista trouxe ao mundo, os senhores da rádio rematam com um: depois dos acontecimentos em Paris, temos todos de ponderar e não permitir que a intolerância religiosa nos leve pelo caminho do holocausto.
Concordando que não podemos permitir que o ódio a uma religião nos leve a matar, indiscriminadamente, as pessoas dessa religião, temos também de compreender que não me lembro de os Judeus, antes da Segunda Grande Guerra, andarem a decapitar pessoas, a matar aos milhares, a atacar locais de culto e de concentração alheia, a matar trabalhadores sentados na suas secretárias, a atacar gente que apenas estava a ir às compras, pelo simples facto de essas pessoas não acreditarem no mesmo que eles.
Concordo que não podemos entrar no ódio cego que nos faz matar, mas não podemos comparar uma situação à outra e não podemos, simplesmente, fechar os olhos ao que se tem passado, recusando qualquer tipo de medida de segurança para não corrermos o risco de sermos considerados "intolerantes".
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