Já pensei isto, andava a ver como o havia de escrever, alguém o escreve muito melhor do que eu conseguiria. Aqui fica o texto de António Costa, o director do Económico, sobre "Ser Charlie" e o facto de tantos andarem muito zangados porque "não somos Charlie". Sim somos!
Vai uma grande confusão por algumas cabeças mediáticas, ou um grande cinismo e hipocrisia, o que é ainda pior. Ser Charlie não é concordar com os cartoons do Charlie Hebdo, é discordar, é detestar, é estar do outro lado, e mesmo assim defender a sua existência. E pôr de lado as nossas opções políticas e sociais para estar ao lado de quem foi alvo de um crime. Confundir este princípio absolutamente estruturante da liberdade de expressão com a ideia de que ser Charlie obriga a estar contra a austeridade, ou contra a Alemanha, ou concordar com todos os disparates que se dizem, ou ter a obrigação de dar espaço, por exemplo editorial, a todos os disparates, a todos os humoristas, cartoonistas e afins é outra coisa. É ser anti-Charlie. Não há donos da moralidade, embora pareça que esses querem impor essa moralidade aos outros, e não autorizar que todos sejamos Charlie. Diz muito do que pensam.
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