domingo, dezembro 21, 2014

"No meu tempo"...



Não entendo as pessoas que dizem "no meu tempo" era assim ou assado. E agora? o tempo deixou de ser delas? deixaram de viver? O tempo delas acabou? Não, ele não acabou. Ele continua, diferente, mas continua. 
Noutro dia dizia-me uma amiga de 60 anos: "a coca-cola é do meu tempo". E continua a ser do tempo dela e do meu e vai ser do da minha filha. Pelo menos é o que eu penso. Considero que "o tempo" das pessoas só acaba quando elas morrem, por isso não concordo com a expressão "no meu tempo". Se disserem coisas como "quando eu era criança" ou "quando andava na escola ou na faculdade" ou de qualquer coisa, tudo bem. Fala-se de um tempo específico que era diferente do tempo de hoje. Mas "o meu tempo" pressupõe que a pessoa deixou de o ter. Deixou de pertencer a este tempo. Isso não é estarem a matar-se antes de morrer? Não é uma recusa de se actualizarem porque "este tempo" já não é deles e como tal não têm de o entender porque "o tempo deles" era diferente? Não é uma desculpa para justificarem a sua recusa de actualização? Não quero ter desculpas. Quero que o tempo seja sempre meu. Manter-me actualizada e viver o tempo actual, concordando ou não, mas vivendo. 
O "meu tempo" vai ser meu enquanto eu viver porque "só se vive uma vez".

Sem comentários: