Domingo próximo, ide votar!
Tenho, ultimamente, poupado as vossas células cinzentas ao esforço de ler o que por vezes me passa pela cabeça, e aqui publico, uma vez que tenho andado num estado de total "vazio imaginativo-bloguistico". Nem o futebol me tem motivado o suficiente, mesmo com a guia de marcha do Peseiro já assinada.
No entanto hoje - último dia da campanha eleitoral para as autárquicas - quero aqui deixar umas quantas considerações sobre o que tenho sentido, desde sempre, relativamente ao poder local.
Residi toda a minha vida num dos maiores subúrbios da capital, onde conhecemos mais facilmente todos os buracos da estrada do que os vizinhos do prédio da frente. Onde anda toda a gente muito apressada e com cara de maldisposto. Onde se anda na rua com a cabeça sempre enfiada no chão, para nos desviarmos das inúmeras "minas anti-sapato limpo" - o famoso cocó de cão. Servem estas palavras para dar a entender que, vivendo a malta no meio de milhares, acaba por só conhecer uma ínfima percentagem dos habitantes da localidade.
Desde que sou eleitor - e já lá vão uns valentes anos - sempre votei da mesma forma, para as eleições autárquicas. E sempre votei da mesma forma por uma razão muito simples. Desconheço de todo quem são os candidatos. Não é nem o "Manel do Talho", nem o "Xôr Doutor Einginheiro Arquitéito que mora na rua de cima e tem um carro azul escuro". Quer se tratem de candidatos para a Câmara Municipal, quer para a Junta de Freguesia, é indiferente. Que eu me recorde, somente numa destas ocasiões eu conhecia perfeitamente um dos candidatos. Tratava-se, à partida, de um respeitável ex-director de um Instituto estatal e profissional de créditos firmados na sua área. Infelizmente passava mais tempo, na altura, entregue aos prazeres da bebida que a exercer a sua digna profissão. De resto, todos eles são perfeitos desconhecidos. Descontando os "pára-quedistas" que alguns partidos apresentaram como cabeças de lista, não conheço de todo, nem nunca conheci (nem de vista), mais nenhum candidato a um qualquer órgão do poder local.
Uma vez que não acredito que a gestão local seja influenciada, de uma forma decisiva, pela cor do partido, sempre optei por votar em branco.
Aqui há uns tempos, e após saber quem era o presidente da Junta de Freguesia onde resido, clamei por eleições imediatas, para votar num qualquer outro candidato. Mas,na semana que passou, lembraram-me que eu não mudei a minha residência e, por consequência, lá voltarei a ser um eleitor da minha freguesia de sempre. De uma freguesia que nem sei quem se propõe a governar. Tanto pode ser o mais competente como o maior energúmeno que possa existir neste mundo. Tanto se pode chamar Alfredo como Emengarda. Não o sei de todo!
Portantos, caros (e)leitores - os tais 6 ou 7 do costume - no próximo Domingo, ide votar. É um dever cívico. Eu, para não variar, vou cumpri-lo como sempre o fiz - elegendo todos e ninguém, porque eles não se esforçaram o suficiente para eu saber quem são.
PS: É natural que saiba quem é o Presidente da Câmara (pelo menos de nome). O tipo tem um ar muito vicioso, mas lidera uma equipa que até tem feito algumas coisas de jeito (pelo menos no trânsito dentro do concelho, merece o meu mais sincero aplauso), pelo que não me sinto motivado para que haja mudanças a esse nível.
Adenda:
Afinal, neste mesmo dia à noite, acabei por saber quem iriam ser dois dos concorrentes à junta de Freguesia onde estou recenseado. Concorrem pelo mesmo partido. Trata-se do candidato a Presidente da Junta e do 4º candidato da lista. E, meus amigos, alterei imediatamente o sentido do meu voto. Vou votar para a Junta de Freguesia numa outra lista qualquer. Uma qualquer mesmo. É que aqueles é que eu não gostava nada de ver por lá!
Xiça, como é que é possível uma coisa destas? Inacreditável, ou então não...
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