quinta-feira, julho 07, 2005

O mais longo post do desBlogueador de conversa (ou então não)

Ora bem, deixa cá ver a que dia calha o meu aniversário este ano! Ora, o Deus-Sol, está aqui na 4ª casa, a sua filha, a princesa Madru-Ghada, está aqui na 8º casa do Pojão, se somarmos os dois números e dividirmos pela oitava parte do tempo que dura hoje a noite, isto dá... Ora bem, dá a um Domingo!!! Fixe!Alguma vez se questionaram sobre a razão pela qual os meses não têm todos o mesmo número de dias? Não? Eu já! Sei que não sou aquilo a que se chama um tipo normal, daí muitas vezes me passarem estas coisas pela cabeça. Alguém faz a menor ideia porque raio os meses não têm todos o mesmo número de dias? Quem é que foi o "iluminado" que se lembrou de fazer meses de 31, de 30 e até de 28 dias, hein? E ainda por cima, de 4 em 4 anos, lá vem a porra do mês de 28, que passa a ter 29 dias! Há malta que não tem da vida, definitivamente, um sentido prático! Ora agora é 30, depois é 31, e depois outra vez 30 e lá andamos nós feitos parvos, enquanto somos jovens e não fixamos esta anarquia temporal, de punho fechado e a fazer gestos ondulados com o indicador por entre os nós dos dedos...Janeiro, Fevereiro, Março, etc...

Calculo que já haja quem esteja aí a dizer: "Ah, mas então 365 a dividir por 12 não dá um número certo!". Pois não! Isso qualquer um vê logo de imediato. Um rápido cálculo mental faz-nos chegar a essa conclusão! Mas então porque carga de água não se altera o número de meses do ano, para mais ou para menos? Agora uns meses com 30 dias e outros com 31 é que não é nada prático! Um tipo tem de andar sempre a acertar o relógio. É o pesadelo dos informáticos e por aí fora.

Sei perfeitamente que este assunto remonta a tempos antigos e que não é fácil de mudar. Mas que raio! Quem decidia sobre estes assuntos não conseguiu ver, de imediato, que isto não era nada prático? Não me estou a referir, por exemplo, aos Romanos, que tiveram grande influência neste assunto, assim como aos seus tresloucados Imperadores (por exemplo, existe uma lenda que atribui ao Imperador Augusto o facto de ter retirado um dia ao mês de Fevereiro e adicionado esse mesmo dia ao mês a ele dedicado - Agosto - apenas para não ser inferior ao mês dedicado a Júlio César). No entanto, todos nós sabemos muito bem que os Romanos, para além de serem todos loucos, eram rapaziada que se dedicava muito ao forrobodó e a outras copofonias, e depois saíam coisas destas sem pés nem cabeça.

De quem eu falo são dos senhores que se seguiram. Sim, esses mesmos, os "iluminados" da Igreja Católica Romana! Esses sim, tinham - e se calhar ainda têm - meios de resolver isto de uma vez por todas!

A mim ninguém me tira da cabeça que quando estiveram aqui reunidos, os representantes do Criador na Terra debateram vezes sem conta esta problemática. Senão, o que é que justificava a duração desta autêntica maratona de "male-bounding"? Pouca coisa tinham com que se entreter, e mesmo assim estiveram quase 3 anos reunidos em Viterbo, a expensas do desgraçado do Governador, de moldes que devem ter passado dias e dias a debater estas e outras questões muito importantes para a humanidade. Pressionados tiranicamente, lá acabaram por não resolver nada, sendo por isso indirectamente responsáveis por esta desordem temporal quando, se calhar, tinham meios para a Solução Final.

Consigo até imaginar os diálogos que foram mantidos:

- Caros irmãos estamos hoje, mais uma vez aqui reunidos, para ver se chegamos, de uma vez por todas, a um consenso sobre o problema do calendário.
- Buuuu! Outra vez não! Porque é que não falamos desta vez do outro ponto da ordem de trabalhos que está por resolver?
- Mas...qual ponto?
- A problemática da utilização pelo clero de roupa intima feminina colorida, claro!
- Irmão, isso parece-me algo de fútil e desinteressante!
- Buuuuuuu! É nada ó cabeça de prego!
- Caro irmão Cuneggi, já lhe disse, mais do que uma vez, que há muito tempo que saímos do seminário...
- Vai-te lixar ó "Mata-Ratos"! Buuuu!
- Então, irmãos? Não entremos em discussões fúteis. Isso não nos dignifica em nada! Já há mais de 2 anos que elegemos o Papa e parece-me a mim muito triste que não cheguemos a um consenso sobre esta situação do calendário! Alguém tem mais alguma sugestão? Sim? Diga lá ó Cardeal Primatti!
- Ora bem, eu sugiro que um ano tenha 5 meses de 73 dias!
- Cinco meses!? Só?
- Sim. Cinco é um número sagrado, como todos nós sabemos, dado que representa o número de dedos que há em cada mão, que foi feita à imagem do Senhor. E 73 é um outro número sagrado, dado que representa o número de macieiras que existem no paraíso. Uma vez que 5 vezes 73 dá exactamente 365 dias, parece-me que este é um sinal do Senhor!
- Mas, mas... E quantos dias teriam as semanas?
- Bom.. Ora aí está uma boa pergunta, caro irmão! Teriam portantos...ora deixa cá ver...teriam...ora bolas, 73 não dá para dividir convenientemente...
- Está-me cá a parecer que se calhar não é lá muito prática essa ideia.
- Ah, já sei! E que tal 73 meses de 5 dias? Mantém-se a relação com o sagrado! É outra opção!
- E assim sendo que acontece às semanas?
- As semanas? Que semanas, irmão? Que semanas? As semanas desaparecem! É a quadratura do círculo!
- A quê?
- Nada, esquece lá isso! É a solução perfeita!
- Hum... e que dias representam esses 5 dias? Quais deles desapareceriam? A Segunda-feira? O Sábado? Como é que é?
- Bom, isso teríamos que discutir melhor. Talvez num próximo conclave.
- Eu a mim parece-me que o Domingo e o Sábado são intocáveis!
- Então corta-se com a Quinta e a Sexta-feira!
- Mas, ó irmão. Assim só trabalha 3 dias por mês?
- E então? Há gente que nem isso faz...
- Pois, já cá faltava a graçola... Isso também não me parece muito boa ideia. Moção rejeitada!
- Então só resta uma solução. Ter no ano somente um mês com 365 dias e acaba-se com as confusões!
- Ó irmão, se calhar é melhor passar-se a outras propostas, que essa então nem me merece a mínima atenção!
- Eu tenho aqui uma diferente, ó sua eminência!
- Então diz lá, ó Cardeal Galileni... vê lá o que é que vais dizer desta vez, que dessa boca ou entra ar, ou saí...
- E que tal se a malta metesse uma cunha?
- Uma cunha? A quem?
- Ao patrão, claro!
- Ao patrão?! Fazes ideia à quanto tempo não metemos uma cunha ao patrão? Há milénios! E sabes muito bem como reage o chefe às cunhas. O gajo é um tipo às direitas!
- Não sei nem me interessa! Podíamos pedir ao chefe para alterar um bocadito a órbita da Terra na direcção do Sol, de forma a ficarmos com 364 dias certinhos. Dava 13 meses de 28 dias. E as semanas também batiam certinho! Que é que acham? Podíamos chamar ao 13º mês, por exemplo, o Ferieiro!
- Ó seu herege duma figa! Descendente do próprio Satã! Nem sei que me impede de te colocar imediatamente sob a alçada do Cardeal Torquemada, que sabe tratar tão bem de tipos com ideias dessas! Se não fosses primo em 4º grau da filha da minha mulher-a-dias, eu dizia-te como elas mordiam, ó seu descendente do Demo! Seu Belzebu em figura de gente! Desde quando, sua besta, desde quando, a Terra anda à volta do Sol? Hein?!
- ...
- Vá, responde lá! Agora tramei-te, não é?
- Pois, realmente, não tinha pensado nisso. Bom, peço desculpa, então...
- Mais alguma sugestão com pés e cabeça? Não? Bom então os irmãos que ontem estiveram em recolhimento e a meditar sobre este assunto, hoje têm dia de folga e podem deslocar-se até à sala de convívio, onde poderemos discutir a política de reforços do nosso clube, por exemplo, ou jogar aos países. Os restantes, fazem exactamente o inverso e espero que amanhã, surjam boas ideias! Ide, irmãos e que o Senhor vos acompanhe!

...

- Tu já me viste bem esta treta, ó Gimenez! Assim nunca mais voltamos para casa!
- Olha querem lá ver que temos aqui meninos? Armado em desmancha-prazeres, é?! Querem lá ver que preferes ir para a porcaria do Convento Dominicano, para aquela cela deprimente, do que estar aqui a comer do bom e do belo, à custa do otário do Governador?
- Bom, não é isso, mas...
- Pá, ganha mas é juízo! E mudando de conversa. Então a malta nunca mais contrata um ponta de lança, hein? Assim não vamos lá para o ano...

PS: No espaço de tempo em que escrevi estes disparates, e por mero acaso, recebi um mail de uma amiga que me alertou para o facto de em 1929, na antiga URSS, ter sido criado o chamado "calendário revolucionário" (só podia ter este nome mesmo) em que todos os meses tinham 30 dias, e os restantes 5 ou 6 dias seriam feriados não pertencentes a qualquer mês em particular. Esta situação durou 3 anos e ficou entretanto em "águas de bacalhau", sabe-se lá porque razão... E fez de imediato levantar uma outra dúvida pertinente: Então vocês querem lá ver que ando com ideias revolucionárias?

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