sexta-feira, março 26, 2004

Tetréplica

Direito de respostaUm tal de LR (espero que não seja o Luís Represas), do Blasfémias, voltou à carga com a final da Taça de Portugal em futebol, apontando algumas opiniões que expressei sobre o assunto, sendo de novo pouco convincente e redundante. Vá lá que no fim da sua dissertação, assume que não poderá discutir este assunto, porque se acaba por cair sempre em tribalismos clubísticos.

Começa por deturpar grande parte daquilo que eu disse, e por isso tenho que dar algumas justificações:

1 - Se desde 1946 se disputaram, no Estádio Nacional, 52 finais da Taça de Portugal, e somente 6 fora deste palco, 3 das quais no período da "Revolução dos Cravos", com as suas decisões "a metro", julgo que estamos na presença de uma tradição. Só um mentecapto não compreende isto. Já agora agradecia um pouco mais de preciosismo. Eu nunca usei a expressão "fortissima tradição, portanto intocável". E também nunca disse que "o Jamor é um sítio adequado para uma Final por ser neutro". O que eu disse e mantenho é que o Estádio Nacional tem tradição de realização da Final da Taça e que é um local neutro por ser pertença do Estado Português (até Pinto da Costa recusou jogar em Alvalade, por não o considerar um campo neutro). Vamos lá a chamar os bois pelos nomes e a não mudar as frases a seu bel-prazer, se faz favor!

2 - Toda a gente, à excepção dos adeptos do FCP, adere à realização da Final da Taça no Estádio Nacional. Basta ver a quantidade de pessoas que se deslocaram de Faro, para ver uma das finais a que assisti com o Estrela da Amadora. Mais nenhum clube se queixa disso. Tomara o Mirandela chegar à final da prova! E estou convencido que muitos adeptos do clube transmontano teriam muito prazer em vir assistir a esse eventual jogo com o Mogadourense. E por certo que estariam lá muito mais do que 500 pessoas, bem ruidosas por certo. E com gosto! Para todos os clubes (à excepção do FCP) é uma honra estar presente nesse jogo, nesse local. Se o FCP acha que jogar no Jamor é uma imposição, é livre de não participar na prova. Ninguém os obriga a tal.

3 - Caro LR, como tem tantas certezas quanto ao facto de não estar habituado a deslocações? Que sabe da minha vida? Que sabe da minha actividade profissional? Como pode então retirar ilações da minha ignorância sobre o custo de vida? Como diz alguém que por certo lhe é querido:

"Não o conheço de lado nenhum!"

4 - Não sou centralista. O acaso fez-me um residente dos arredores de Lisboa.

5 - Se a final da Taça fosse disputada constantemente nos Açores, em Ponta Delgada, jamais defenderia a sua realização noutro local, nem apelidaria de Estádio da Ribeira Brava, o local da sua realização!

6 - Quanto ao facto de "bater à porta dos clientes" como politica de vendas, muito se poderia escrever sobre isso, mas não quero entrar nesse campo. A mim ninguém que me "bata à porta", me vende o que quer que seja! Quando eu quiser alguma coisa, eu próprio vou à procura dela.

7 - Quanto ao favoritismo das equipas da região, isso tem muito que se lhe diga. A última vez que o Benfica chegou à final da Taça, perdeu 3-2 com o Boavista. Numa das vezes que a mesma se disputou fora do Jamor, mais concretamente em Alvalade, as equipas foram as mesmas e o vencedor também. E nas duas vezes que o FCP disputou a final da Taça no Estádio das Antas, perdeu - uma vez com o Benfica por 1-0 e outra com o Leixões por 2-0. A final da Taça, por ser um jogo de "vida ou morte", é propícia a desfechos imprevistos.

PS: By the way, o Estádio Nacional não é em Oeiras, é no Jamor, como por certo saberá. Fica situado, isso sim, no concelho de Oeiras... A utilização desta expressão, revela bem o seu tribalismo, caro LR.

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