A Paixão de Cristo
Aqui há dias fui ver o filme “A Paixão de Cristo” e, antecipando-me ao Paulo que pensava escrever sobre isso, devo dizer que não gostei.
A fotografia do filme estava excelente. O facto de ser falado em aramaico e latim, confere-lhe um grande realismo. Aliás o filme é muito realista, mas julgo que transmite uma visão demasiado fanática das últimas 12 horas de Cristo.
Sim, é muito violento. Não acho que seja demasiada violência para a “realidade” que retrata. Acho é que é demasiada violência para muito pouca história que o filme tem. Chega mesmo a tornar-se aborrecido em determinadas alturas, uma vez que durante uma boa parte do filme, tudo o que se passa é Cristo a carregar a cruz enquanto uns romanos o espancam... não acontece mais nada, durante uma boa parte (não sei precisar os minutos, a mim pareceu-me uma meia hora), de tal modo que cheguei a ficar mal disposta.
Digo que o filme é demasiado fanático porque Mel Gibson o realizou para quem conhece a história de trás para frente e da frente para trás. Há por lá personagens que não se chegará a saber quem são caso não se conheça bem a história contada na bíblia. E isto acontece porque os seus nomes nunca são revelados.
Mas, para quem queria transmitir tanto realismo, falha ao colocar, no final, um terramoto, que nunca foi descrito na bíblia, quando Cristo morre. Há o temporal, há a destruição do templo... não há terramoto. E isso, para mim, é uma grande falha num filme que pretende ser tão realista que se torna chocante.
Pode descrever-se a história do filme apenas com estas palavras: Tortura a todo o custo. Vontade de chocar. Violência descontextualizada.
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