
Diz Saramago, por exemplo:
"Quando acordámos livres no 25 de Abril de 1974, não estávamos em democracia. Estava tanto por começar... Trata-se de um processo incompleto, a que pode suceder algo negativo, assistindo-se à sua redução constante."
Malandros dos que não deixaram que este país se transformasse numa verdadeira democracia, daquelas onde ninguém pode dizer o que pensa, como a do camarada Fidel...
"Gostaria de viver o momento em que, nalgum lugar, pudéssemos assistir a uma manifestação de uma vontade política maioritária em que os cidadãos pudessem dizer: «Isto não presta; precisamos de algo melhor!»
Mas...não foi isso precisamente que define o que se passou no 25 de Abril? E não é o que se passa em todas as eleições? Ou não é isso mesmo a democracia?
De qualquer maneira, e mesmo discordando com alguns dos argumentos apresentados, achei a entrevista de Saramago muito interessante e descobri que, mesmo partindo de pontos de partida diferentes (nomeadamente do que diz respeito à ideia do que deve ser uma democracia), acabo por encontrar muitas ideias nas quais concordo com o escritor. Quem diria?
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