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Às tantas da noite eu já só dizia: "mas que miúdo impertinente, devia era levar um par de palmadas".
Acaba a música ao vivo, mas o Rodrigo, o Tomás e restante família ainda ficaram um pouco mais, assim como eu e os meus amigos. Algum tempo depois (eram umas 3 da manhã) sinto uma mãozinha a apertar a minha.
Olhei. Era um miúdo com os olhos escuros, alegres e sorridentes, um sorriso estampado no rosto e a fazer duas covinhas enquanto sorria. Perguntou-me:
- Queres cantar?
Sorri, olhei para ele e respondi:
- Não.
- Porquê? - perguntou ele.
- Porque não tenho boa voz para cantar como o teu pai.
- Se cantares dou-te uma prenda.
Depois foi-se embora com o mesmo sorriso.
Era o Rodrigo.
Bolas...nunca me tinha sentido tão mal por achar que uma criança merecia levar um par de palmadas.
Assim se derrete o coração de uma mulher!
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