Avante Camarada, Avante!
Definitivamente, e a confirmarem-se os dados já avançados pela CNE, de que a abstenção será a grande vencedora de mais um referendo, cada vez compreendo melhor resultados como os do Programa "Os Grandes Portugueses".
O que a malta gosta são ditadores, projectos de ditadores, Reis, primeiros-ministros absolutistas, déspotas, seguidistas fanáticos e afins. Isso e poetas, claro. Isso sim, são Grandes Portugueses. Agora tipos que se dão ao trabalho de nos questionar sobre o que quer que seja, são totós por definição. São uns fracos, porque não sabem impor (pela força) as suas ideias e merecem o nosso desprezo.
O que a malta gosta mesmo é de falar mal dos políticos.
O que a malta gosta mesmo é que os políticos tomem decisões, para depois podermos dizer o quão maus eles são e o quanto falham as instituições democráticas.
O que a malta gosta é de ter políticos que se julgam no direito de fazer o que muito bem entenderem, porque sabem de antemão, que se consultarem os cidadãos da Republica, aquilo que vão ter como resultado, será um enorme e sonoro encolher de ombros.
Não deixa de ser bizarro que um povo que é famoso por ter sempre opinião (jamais esquecer clássicos como o "Almada Negreiros? Como o Almada joga em casa, "Um" ou as não menos célebres entrevistas na Alameda da Universidade de Lisboa a estudantes, sobre figuras relevantes do 25 de Abril, que confundem invariavelmente Otelo com Ramalho Eanes ou Marcelo Caetano) e raramente assume a sua ignorância sobre todo e qualquer assunto desde o Futebol até ao Bestialismo , passando por certezas sobre o sentido da vida, a fotofobia, formas correctas de empregar determinadas palavras da nossa hiper-confusa e anarca língua e até considerações sobre o aquecimento global, quando formalmente instado a dar a sua opinião sobre um determinado assunto, opte por se abster de o fazer. Claro que é um direito que lhes assiste, mas a todos vós, seus abstencionistas duma figa, daqui vai um meu mais sincero :
"Vão todos à Merda!"
Todos, sem excepção. Qualquer que tenha sido a razão para a vossa atitude, ela merece o meu mais profundo desprezo. Não tem nada a ver com a questão em si, mas antes porém com o acto propriamente dito. A partir de hoje considerar-vos-ei com um QI de uma barata, no que ao viver num sistema democrático diz respeito. Sois todos dignos de ser governados por um Átila ou por um Ceausescu qualquer.
Doravante serei sempre contra todo e qualquer referendo, sobre o que quer que seja (nem que seja sobre a refundação da Santa Inquisição ou a implantação de um regime pró Cubano em território Nacional). Espero que os políticos retirem as devidas ilações deste resultado. Os Portugueses não merecem a existência desta figura no nosso sistema político e ponto final. E até digo mais. Não vou votar em mais nenhum referendo. Não quero saber! É um gasto de dinheiro desnecessário. É atirar pérolas a porcos!
Sobre este assunto em questão (da IVG), a partir deste momento, sou a favor do que o Parlamento decida, independentemente de ser favorável à decisão ou não. Nesta questão e noutra qualquer, claro.
E porquê? Porque Portugal, merece ser governado por políticos maus, porque nós como cidadãos, temos aquilo que merecemos e escolhemos. Neste caso a indiferença.
Adenda após visionamento da noite eleitoral: Palavra de honra que não percebo porque é que esta maltosa se regozija com "a diminuição da abstenção". Pessoalmente acho inconcebível alguém não dar a sua opinião num referendo. Numas eleições, sabe-se muito bem que as promessas são o que são e as pessoas por vezes enganam muito. Agora num referendo é sim ou sopas. É a democracia no seu estado mais selvagem e puro. E ainda há quem se regozije com mais de 56 % de abstenção? Ganhem juízo!
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