Os realmente incríveis

O chamado excesso de tempo entre mãos com que, por vezes, nos últimos tempos, a minha vida tem sido invadida, em vez de me forçar a ter actividades tresloucadas, condenáveis, obscenas ou votadas ao fracasso (tipo paraquedismo, assalto a velhinhas em nu integral, sexo com animais ou quiçá até tentar encontrar o algoritmo do Xadrez), tem-me permitido, ao invés, colocar a "escrita em dia" em matéria musical.

Um dos meus mais recentes updates, e com o qual tenho "delirado" bastante, são os "realmente incríveis" Ena Pá 2000 e derivados, cujo rasto tinha perdido nas "brumas do tempo". Não que eu não os conhecesse há uns tempos valentes, mas nunca com a profundidade de agora! Que obra, meu Deus! Que genialidade! Por detrás da máscara de musiquélias aparentemente lascivas, obscenas ou boçais, há gente que deve perceber, de certeza absoluta, um bocadito da coisa. É de uma variedade que chega a assustar. Após ter ouvido a sua discografia completa, nos últimos dias, não pude deixar de o expressar e já agora acompanhado da letra da sua musiqueta mais conhecida (esta eu já conhecia, atenção... mal seria que assim não fosse).

Ou então não é nada disto e estes tipos são mesmo só parvos. A não perder, ao contrário do que eu fiz durante os últimos anos!

És cruel
Meteste a tua filha num bordel
Enforcaste o caniche com um cordel
És cruel

És tarado
Pintaste o sexo cor de rebuçado
No circo tu serias um achado
És tarado

(Refrão)
És um porco imundo
Quando queres vais até ao fundo
Não sei onde vais parar

És ignóbil
Não sei qual é que o teu móbil
És um reciclado de Chernobil
És ignóbil

És vaidoso
Meteste um pompom na tua franja
Sabes que ainda o dia é uma criança
És vaidoso

(Refrão)

És obtuso
Lavas a tromba com água do Luso
O teu nariz é como um parafuso
És tarado

És obsceno
Os teus olhos viciam veneno
Encharcas-te com vinho do Reno
És cruel

(Refrão 2x)

Não sei onde vais parar