Volta à França em comprimidos
Cá estou eu de novo, na qualidade de Provedor Desportivo do desBlogueador (não me sinto inspirado para escrever sobre outra coisa...), falar um pouco do Tour de France 2003 (que alguém do Gato Fedorento classificou como Volta à França em comprimidos).
Como adepto desta modalidade, assisti ontem, com ansiedade e pesar, ao desenrolar da 9ª etapa da prova rainha do ciclismo. Estava a ser uma etapa espectacular, com os principais candidatos à vitória final (Lance Armstrong, Joseba Beloki, Jan Ulrich, Iban Mayo, Tyler Hamilton, Alexander Vinokourov), em animadíssima disputa pela vitória na etapa, quando na descida da última montanha, o 2º classificado da geral (Beloki), e principal concorrente do tetra-vencedor (Armstrong), teve uma queda aparatosa, que lhe valeu três fracturas (fémur, cotovelo e pulso) e consequente desistência.
Foi uma perda irreparável para a prova. Este corredor estava a ser, até agora, uma dor de cabeça para o líder da classificação e apresentava-se numa forma invejável.
Os corredores estava a descer a montanha a cerca de 80 Km/h e "sorte das sortes" (se bem que os campeões também precisam dela), logo atrás de Beloki seguia em marcação cerrada Armstrong, que ao ver a bicicleta do espanhol atravessada no meio da estrada (à entrada de uma curva), teve os reflexos de se desviar para uma ribanceira, que para sua grande sorte, iria no seu fim reencontrar, alguns metros mais abaixo e mais à frente, o percurso da prova. E foi ver o americano, ao melhor estilo ciclo-cross, a descer ribanceira abaixo, a pegar na bicicleta ao ombro e a reentrar no grupo da frente.
Por mim jamais irei esquecer este momento de sorte (de um) e de sofrimento (do outro).