Médico vs Farmacêutico
Original vs Genérico
Achei pertinente o post do blog Médico explica medicina a intelectuais: «45% - A Conclusão Apressada e Indevida dos Media» que fala da questão da prescrição dos genéricos pelos médicos e substituição de medicamentos pelos farmacêuticos.
Sobre este assunto não consigo formar uma opinião que seja a favor de um ou do outro profissional (médico ou farmacêutico), embora, a minha sensatez me leve a pensar coisas como: o médico conhece o doente, o farmacêutico conhece a substância, isto apesar da «publicidade» que agora se vê em algumas farmácias com a afirmação (e perdoem-me se as palavras não forem exactamente estas): «o farmacêutico conhece o medicamento e as pessoas»... Ora, para mim, conhecer as pessoas (os clientes e a sua vida se necessário) não é a mesma coisa que conhecer o doente e a sua doença.
A ser verdade que há farmacêuticos que recebem «incentivos» para a substituição de determinado medicamento de um laboratório por outro (como insinua o médico), também será verdade que há médicos que recebem os mesmos ditos incentivos para prescreverem medicamentos de determinados laboratórios. A confiança do doente num e noutro profissional está afectada, principalmente num sistema de saúde como o nosso que não permite, de uma maneira geral, que se crie uma verdadeira relação médico/doente. Também a maioria das pessoas não terá o cuidado de reparar na lista que medicamentos que o seu médico prescreveu. Eu, enquanto utente, quando levo uma longa lista de medicamentos prescrita por um médico que não conheça e com quem ainda não tenha criado qualquer «laço», tenho o cuidado de olhar para essa lista e verificar se os ditos medicamentos são todos do mesmo laboratório. Pode ser coincidência, pode ser que esse laboratório é que tenha as tais «gramas» que o médico fala no artigo que referencio, mas que se fica desconfiado quando a receita é toda com medicamentos do mesmo laboratório, isso fica!
De modo geral eu própria, quando venho de um médico que conheço (e isso só me acontece com os especialistas privados que tenho), nunca peço a substituição na farmácia. Isso só acontece quando o medicamento prescrito ou é muito mais caro, ou não está disponível naquele momento.
Uma coisa que eu acho que seria interessante ser abordada no blog Médico Explica Medicina a Intelectuais era essa diferença entre os genéricos e os originais. A maioria das pessoas julga serem mesmo iguais porque a publicidade diz que a «a única diferença está no preço», porque o Infarmed fala em testes de biodisponibilidade e bioequivalência e o público acha que estas palavras são muito bonitas e, como tal, pode confiar-se e porque mesmo jornalistas que se interessem pelo assunto, como eu por trabalhar num jornal especializado, nunca perceberam muito bem quais são as verdadeiras diferenças (embora saibam que estas existem).