O rigor, o profissionalismo...e a falta dele no jornalismo português
Tenho seguido com atenção a meia-hora a 45 minutos diários que os diferentes espaços de informação dos canais nacionais têm dedicado à situação provocada pelo terramoto (e consequente maremoto) do passado domingo. E, quase uma semana depois, posso comprovar a incrível falta de qualidade de boa parte dos jornalistas (e também de alguns comentadores supostamente especialistas) que trabalham nas televisões portuguesas, sendo a TVI o exemplo máximo daquilo de que falo. Fica pois, um pequeno resumo daquilo que apanhei:
- "O risco de epidemias é um mito, não existe perigo desde que as doenças não existissem já no local" - médico da Univ.Coimbra a comentar na SIC;
(aliás, a Organização Mundial de Saúde, todas as organizações de auxílio médico, os governos locais e estrangeiros não passam de simples amadores. Onde já se viu águas pútridas, milhares de cadáveres em decomposição acelerada, esgotos e restantes canalizações destruídas, numa zona já de si servida pelas melhores condições de higiene do mundo, darem origem a epidemias.)
- "A ilha de Samatra..." - durante toda a emissão de 2ª feira do Jornal Nacional, repetido umas 5 vezes, pelo menos;
(Samatra, Simatra, Sumatra, também o que interessa isso?)
- "O governo malasiano..." - jornalista da TVI;
(e vá lá, vá lá, não terem dito que o líder do país era o José Carlos Malato, já foi uma sorte...)
- "Risco de epidemias de malária, cólera, deng, tifo..." - no rodapé da SIC;
(qual dengue, qual carapuça, então se acabar em "g" não fica muito mais oriental o nome da doença, até lá havia o Deng Xiao Ping e tudo...)
E a minha "preferida":
- O maremoto atingiu 9 valores na escala de Richter, que tem um máximo de 10 - jornalista da TVI;
(foi de 8.9, a escala termina em 9, e foi o terramoto e não o maremoto que atingiu esse valor...)
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