terça-feira, julho 29, 2003

O metro do Porto ameaça invadir o Hospital de S. João

Esta é uma notícia divulgada pelo jornal Tempo Medicina e é verdadeiramente revoltante. Ainda por cima parece que poucos são aqueles que, no Porto, se revoltam contra esta situação. O desBlogueador deixa aqui o alerta e pede, a quem possa, que se informe e se manifeste:

A directora do hospital, Isabel Ramos, promete não ficar de braços cruzados perante um traçado que ameaça pôr em causa o bom funcionamento das urgências e o acesso das ambulâncias às mesmas.
Quando foi confrontada com o projecto a directora não aceitou o traçado e propôs-se mesmo a dar a conhecer aos administradores do metro do Porto como se processam os acessos ao hospital. Nessa primeira proposta, a empresa pretendia que o «metro» circulasse à superfície na rua lateral que separa o hospital do IPO, obrigando a fechar o acesso à Escola de Enfermagem, que passaria a efectuar-se pelo interior do hospital. Mais: a cerca do hospital deveria recuar quatro metros, o que obriga a deitar abaixo um espaço verde de árvores de grande porte, passando o «metro» a circular pela frente do hospital.
A directora não aceitou e recebeu como resposta uma ameaça de expropriação.
Passado um mês, Isabel Ramos tem conhecimento de uma nova proposta. Nesta a empresa do metro do Porto decide que a alternativa é fechar a entrada do hospital e abrir duas portas na lateral, no lado oposto ao IPO, obrigando a que o trânsito «atravesse o hospital». Com um fluxo «já tão complicado». Mais curioso ainda é que o trânsito seria proibido à volta do hospital! «Como é possível, como é que um pai que vem com o filho ao Centro Materno-Infantil tem acesso ao hospital?», pergunta Isabel Ramos. E a alternativa não se fez esperar: a construção de dois parques de estacionamento, um de 400 lugares dentro do hospital (mas o hospital só teria direito a 150 lugares), outro de 250 lugares, subterrâneo, no espaço onde já está «aprovada» a construção de um novo edifício para a Faculdade de Medicina e projectado um parque subterrâneo. O pior, o mais grave em todo este processo, é que «não estão asseguradas condições de segurança, não houve o menor cuidado. Como é que posso aceitar que os carros que venham à Urgência e as ambulâncias se cruzem com o “metro”?», protestou Isabel Ramos, estupefacta com a resposta «não há perigo, o “metro” é um veículo inteligente».
A Faculdade de Medicina, o outro condómino deste espaço, também não está disposta a aceitar estas decisões unilaterais e «ameaçadoras», como disse o Prof. José Amarante, Presidente do Conselho Directivo. «Ao que consta, o “metro” deveria passar na Faculdade de Engenharia, mas lá conseguiram empurrá-lo para cá».

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