Embriões excedentários: Que futuro?
Li hoje esta notícia, no Público, que «o comissário europeu para a investigação, Philippe Busquin, se prepara para apresentar hoje ao colégio de comissários uma proposta da Comissão Europeia que autorizaria a utilização dos embriões excedentários das técnicas de reprodução médica assistida na investigação científica.» Como só se esperava que Busquin se pronunciasse sobre este assunto lá para o final do ano a polémica estalou no parlamento europeu.
A «pressa» de Busquin prende-se com o facto de haver dinheiro congelado à espera de decisão e está a «provocar algum incómodo e é vista como uma pressão». Busquin fala de dinheiro congelado, eu falo de embriões congelados há anos e anos. Isso sim, para mim, é preocupante.
«Esta antecipação de Philippe Busquin é vista como uma pressão sobre o Parlamento Europeu, mas também sobre os Estados-membros que ainda não definiram legislação interna nesta matéria, como é o caso de Portugal, que está a preparar agora a sua legislação».
Polémica! Países como Portugal (que tristeza!), Itália, Irlanda e Espanha lançam um problema a tudo isto: a questão ética: «uma vez que muitos Estados-membros, predominantemente católicos, consideram que a investigação com embriões é uma instrumentalização da vida humana e não consideram isso como algo aceitável». Meus senhores, os embriões excedentários já existem, mesmo que futuramente se façam todos os esforços para evitar o excesso de embriões originários das técnicas de reprodução medicamente assistida, eles existem! Isso é uma situação irreversível. Para resolvê-la as alternativas restringem-se às seguintes: a doação a outros casais (que é uma prática pouco utilizada), a sua destruição (talvez a igreja católica ache esta solução mais ética) ou a utilização para investigação (para usar as células estaminais no tratamento a doenças tão incapacitantes como a Alzheimer ou Parkinson...pelos vistos para a igreja católica é mais ético esse sofrimento). É esta terceira alternativa que está agora a ser levantada por Busquin.
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