domingo, dezembro 27, 2015

Incomoda-me o silêncio

Não me incomoda que o futuro da humanidade seja que na Europa deixemos de ser maioritariamente brancos e passemos a ser um misto de branco, negro e oriental. Não me incomoda que o futuro da humanidade seja termos cidadãos originários de todos os cantos do mundo em todos os cantos do mundo. Incomoda-me que, no nosso medo de sermos considerados racistas, ofereçamos a cidadãos de outros cantos do mundo privilégios, criando uma sociedade onde uns são privilegiados e protegidos e os outros pagam os privilégios e a protecção dos primeiros, sofrendo agressões dia-a-dia. Não me incomoda que na gestão pública e privada estejam mulheres brancas ou negras ou orientais ou com deficiencia. Incomoda-me que elas não sejam competentes para o cargo que têm e só lá cheguem por serem mulheres, ou negras, ou orientais ou deficientes, e incomoda-me que não se possa protestar porque esse protesto é considerado "crime de ódio". Não me incomoda o racista, incomoda-me as acções do racista. Não me incomoda o islâmico, incomoda-me a lei islâmica e a imposição da mesma. Não me incomodam as orações, incomodam-me as agressões a outros seres humanos e a perda de liberdade em nome da tolerância. Não me incomodam as crenças, incomodam-me as imposições das crenças, especialmente se as mesmas nos privarem das nossas liberdades de escolha, de expressão e de vida. Não me incomoda a liberdade religiosa, incomoda-me que, em nome da mesma, se permita a opressão de um grupo porque, naquela religião é normal aquele grupo ser oprimido. Incomoda-me o silêncio e a apatia perante a dor alheia e o perigo crescente.

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