segunda-feira, julho 24, 2006

É impressão minha ou isto...é parvo?

Tive mesmo agora conhecimento desta notícia e gostaria de saber, ao certo, para que é que isto serve? Estou um pouco a leste daquilo que é hoje em dia o sistema de ensino. Tenho a noção perfeita de que não é como era no meu tempo. Não existe a Primária, nem o Preparatório, nem depois o Liceu/Secundário, etc, etc. Agora parece que são ciclos.

Ora bem - e rogo o favor de todos os 7 (exagerado!) leitores deste blog, que me corrijam se estou errado - a xôra Dona Ministra da Educação aparece com uma ideia que, para além de peregrina, é definitivamente parva. Ideia essa que , segundo aquilo que entendo, visa avaliar o sistema de educação, com base em exames de aferição (até aqui tudo bem, o nome está correcto), a serem efectuados ao alunos dos últimos anos do 1º e do 2º ciclo (acho que são as antigas Primária e Preparatória). Exames esses, que não terão nenhuma influência na nota final dos alunos.

Hum...
Hum... (pausa de dimensões consideráveis)

Ora bem. Imagino-me desde já a voltar atrás no tempo (querias!), e a ser aluno do último ano do Ensino Preparatório (2º ciclo) e a ter que fazer estes exames.

Hum...(pausa ainda maior)

Imagino-me depois em casa, numa agradável tarde de Junho/Julho e a pensar para os meus botões:
"- Ora bem. Que é que eu vou fazer então? Vou jogar futebol ou vou estudar um pouco para aquele exame de matemática que vou fazer amanhã de manhã, e que não interessa para rigorosamente nada?". (Não sei se repararam na fidelidade desta viagem temporal. Hoje em dia a palavra futebol seria substituída por PlayStation2 ou até por ver 456 episódios dos "Morangos com Açúcar")

E depois avanço mais um dia e vejo-me numa sala de exame, sentado numa secretária a olhar para a janela, roendo a caneta e a pensar o seguinte:

"- Hum...que belo dia de sol e que grande caloraça. Onde eu estava bem era ao fresquinho, em casa, a ler um livrinho. Mas não, tenho que estar aqui a fazer esta merda, que não serve para nada. Ora deixa-me mas é cá responder isto à "Zé-dos-Cavalos", mesmo até porque nem sequer estudei nada, e isto não serve para rigorosamente nada, e pôr-me mas é ao fresco o mais rapidamente possível. Ora bem, aqui na pergunta 6, vou responder 14/9, mas sem explicar como cheguei a este resultado. Na 7, meto 145, 34, também sem explicar nada. Depois na seguinte..." (por certo repararam que o autor mais uma vez fiel ao seu passado deprimente, em vez de pensar em algo de mais interessante/prático, como por exemplo uma praia, uma piscina, chamar nomes ao professor, estar de férias num local interessante, fumar um cigarro, dizer asneiras, copiar a prova por um colega ou até mesmo ir ter com umas miúdas, opta por desejar ler um livro).

Será que o mundo - e em especial o ser humano - mudou assim tanto e o parvo sou eu?

E mais grave ainda, meus amigos, esta parvoíce, é apoiada (efusivamente, o que torna a coisa ainda mais bizarra) por uma suposta Associação de Pais. Mas, está tudo doido? Ou o problema sou eu? Será que estou errado? Para que raio serve esta porcaria, meus amigos? Alguma vez isto terá resultados fiáveis? Mesmo dando de barato, que casos de desinteresse puro e duro, serão eliminados (e muito bem , se assim for o caso), isto jamais será fiável, basicamente, porque sem consequências directas, o ser humano - por muito ingénuo e pequeno que seja - jamais dará o seu melhor.

Digo eu (o tal gaijo do livrinho) ...

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