Choose your side?
Enquanto os ataques com mísseis Zalzal 1 de fabrico iraniano e os bombardeamentos nocturnos israelitas continuam a matar quem estiver por perto, no nosso cantinho, e à falta de Mundial ou de novas contratações do mundo do Futebol (a avaliar pela capa do Record chegou um novo hoje, para o clube da Luz) entretemo-nos numa espécie de jogo cada vez mais patético em que parece não existir comentador político, blogger ou mesmo jornalista que não apoie à exaustão as razões de um dos lados. Ora são os pró-israelitas que dizem que o Hezbollah é o único culpado desta e de todas as outras situações deste tipo, ora são os pró-Hezbollah que afirmam que a política Israelita é a culpada de todos os males e mais algum. Não há hipótese, segundo esta gente, de qualquer um de nós ficar neutro neste conflito, em termos de "apoiar" um ou outro lado. Somos obrigados a escolher "de que lado estamos"!
É que esse tipo de extremismo, tanto como os outros, faz-me espécie. Não que seja adepto do "fazer de conta que não é nada connosco, deixa-os lá estar", mas mesmo assim, faz-me espécie, admito!
E, correndo o risco de parecer uma heresia a comparação, pergunto-vos: sendo eu sportinguista, preciso torcer por alguém num determinado Benfica-Porto? Claro que tenho amigos simpatizantes de ambos os clubes, pessoas honestas, simpáticas e decentes. Mas, por outro lado, nesses mesmos clubes existem personagens como Luís Filipe Vieira, Pinto da Costa, Leonor Pinhão, Miguel Sousa Tavares, José Veiga, Reinaldo Teles etc... Será mesmo possível torcer por um clube onde existem estas criaturas? E será mesmo possível tomar partido num conflito em que, de um lado e do outro, existem animais que matam crianças e velhos, homens e mulheres inocentes, seja com um bombardeamento em Canã ou com um homem-bomba num autocarro em Jerusalém? Não me parece!
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