domingo, novembro 15, 2015

A culpa é nossa porque ofendemos os islâmicos.

Aquando dos ataques à Charlie Hebdo muitos vieram afirmar que: se sabemos que desenhar o profeta ofende os islâmicos, o melhor é não desenhar. Muitos, no fundo, decidiram que ceder à ideologia de quem quer impedir as nossas liberdades era melhor para evitar problemas. Claro que, para a grande maioria de nós, deixar de fazer desenhos não causa grande mossa, nem sequer nos causa mossa sermos impedidos de "ofender o profeta", porque a maioria de nós simplesmente ignora o profeta, de qualquer forma. Mas, agora estes ataques também foram dirigidos a pessoas que faziam coisas que os ofendem:


  • A diversão de um concerto, ofende os islâmicos; 
  • Os copos bebidos num bar à noite, ofende os islâmicos; 
  • A livre e consensual convivência com o sexo oposto, ofende os islâmicos; 
  • Mulheres de cabelo de destapado, ofendem os islâmicos;
  • Mulheres a divertirem-se livremente, de mini-saia, com maquilhagem, ofendem os islâmicos;

Ao contrário do que tem vindo a ser divulgado, os ataques não foram "indiscriminados". Tal como os das Torres Gémeas, que atacaram um símbolo do capitalismo, ou do da Charlie Hebdo, que atacaram a nossa liberdade de expressão, também estes atacaram a nossa liberdade pessoal. É isto que representam. Nos outros quiseram dar-nos uma lição e neste também. Neste dizem-nos que se não mudamos a nossa forma de viver, se não deixamos de ir a concertos, se não deixamos de beber álcool, se não deixamos de conviver com o sexo oposto, se não deixamos de ter mulheres livres a vestir o que querem, então estamos a ofender o islão e os ensinamentos do seu profeta. Iremos também pedir à sociedade para deixar de o fazer, porque, afinal, ao ofendê-los existe uma justificação para que eles nos ataquem, tal como no caso Charlie Hebdo?

P.S.: O facto é que hoje já não haverá direito a assistir a um concerto dos U2 em Paris.

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