Não se pode falar bem de ninguém...
Eu sei que sou um tipo com muitos defeitos, mas julgo que tenho uma virtude - pelo menos uma, já não é mau - sempre que cometo um erro de apreciação, faço um comentário maldoso que posteriormente se revela de todo infundado ou faço uma análise ao que quer que seja, de todo errada, tenho por hábito dar a mão à palmatória e reconhecer o erro cometido. Tenho também por hábito tentar ser o mais justo e coerente possível.
Decorreram do Sporting - F.C. Porto, da passada segunda-feira, duas situações que me obrigam a fazer marcha-atrás, de novo, pelos piores motivos. Infelizmente lá tenho eu de repensar alguma benevolência que, estupidamente, por vezes tenho e por ainda acreditar que seja possível que as pessoas mudem para melhor.
Estava eu no Domingo à noite, por volta das 20.15, em amena cavaqueira macho-futebolística com uns conhecidos meus e, para contrapor aos argumentos de um faccioso adepto do Sporting, que não via nada de bom no visado, replicava eu:
"Ah e tal, há pelo menos uma coisa que se deve dar crédito ao Couceiro. Desde que ele foi para treinador dos Andrades, acabaram as cenas de violência gratuita dos jogadores..."
Menos de uma hora depois, pimbas, já todos sabemos muito bem o que aconteceu. O "Benny dos murros" lá me fez engolir o que tinha dito antes. E garanto que me retratei de imediato.
E qual não é o meu espanto (ou então não...) quando ontem, ao ler esta crónica do ultra-faccioso adepto do FêCêPê, Miguel Sousa Tavares, encontro por ali autênticas pérolas que, mais uma vez são reveladoras de uma cegueira doentia, acompanhada do mais puro exercício de "sacudir a água do capote". Confesso que não estava à espera disto, tendo em conta o ataque cerrado que este reputado (para alguns, que para mim cada vez o é menos) comentador, tinha efectuado aos órgãos dirigentes do seu clube - com especial destaque para o seu Presidente. É que assim lá se vai a toda a coerência do artigo anterior e voltam-se a levantar as suspeições do costume, a disparar para todas as direcções, sem tentar encontrar "dentro de portas", razões para o descalabro. Quem é capaz de volte-faces destes, sem que haja o mínimo de fundamento, a mim não me merece nenhum respeito e, assim sendo, retiro tudo o que aqui escrevi a semana passada. Peço imensa desculpa pelo que escrevi. Este tipo foi, é, e continuará a ser um comentador que não merece um tostão do que possivelmente recebe, por aquilo que escreve para "A Bola", e é de um facciosismo que até mete aflição.
Destaco deste artigo, entre inúmeros disparates, os seguintes:
1 - "...a anedótica expulsão de McCarthy ... não foi um deslize de momento, uma precipitação do árbitro. Não teve ele vários dias para meditar na importância do jogo que estava a dirigir? Ele sabia que jogavam dois candidatos ao título. E sabia, como sabe qualquer árbitro sabe, que, num derby, reduzir uma equipa a 10 jogadores, ainda para mais a visitante, e quando falta mais de uma hora para jogar, equivale praticamente a sentenciar o vencedor?".
Pois claro que o árbitro sabe isto tudo, caro MST. Mas estas dúvidas que tem em relação ao árbitro, não seriam muito mais bem aplicadas ao "lutador" da sua "equipa"? Não saberá isto tudo também o "Benny dos murros"? Claro que sabe! Então porque é que fez o que fez? Porque agrediu o jogador do Sporting? Porque sentenciou praticamente o resultado da sua equipa? E não me venham cá com as tretas do "é exagerado". Uma agressão num jogo de futebol é cartão vermelho directo e mais nada! E já agora, um Sporting - F.C. Porto não é um derby - isso é um jogo entre equipas da mesma cidade - é um clássico.
2 - "E quanto ao McCarthy, uma coligação de gente que não gosta de ver jogar grandes jogadores se eles forem do FC Porto ... têm-se esforçado e conseguido, abusando do poder descricionário de que gozam, para impedir que ele jogue, transformando-o numa espécie de carniceiro do futebol".
Coitado do rapaz... tão esforçado e tão boa pessoa. Ele não tem a culpa que os outros jogadores venham de encontro aos seus punhos fechados e cotovelos em riste. É tudo, claramente, uma obra do acaso, quiçá até de uma cabala! É das maiores injustiças que tenho visto ultimamente, esta perseguição a um jogador que é um "modelo de conduta profissional". Ainda bem, caro MST, que há esta coligação de gente, que a meu ver não quer é ver um jogo de futebol transformado numa qualquer sessão de pugilato, seja ela com grandes jogadores ou com alguns menos dotados. Que será que pensarão os energúmenos que o despenalizaram de mais um jogo, aqui há umas semanas atrás (antes do jogo com o Benfica e no qual ele marcou o golo do F.C. Porto) após terem visionado mais este jogo? Será que este "grande jogador" se sentiu agradecido por esta 3ª ou 4ª oportunidade e decidiu rever a sua conduta? Não me parece. Não me parece que se tenha arrependido do que fez e muito menos que tenha aprendido a lição. De moldes que na minha opinião, talvez a tal da coligação, lá tenha que ser mais rígida com este potencial futuro lutador de wrestling.
3 - "Os dois golos nascem de duas entre as inúmeras ofertas da defesa, e a expulsão de Verissimo nasce igualmente de uma bola perdida para o avançado benfiquista, em zona proibida... Se uma equipa quisesse pensar cientificamente como é que deve fazer para perder um jogo, teria feito exactamente o que o Vitória de Setúbal fez frente ao Benfica".
Então e que dizer da sua equipa, caro MST? Calculo que os actos dos jogadores do FC Porto, com especial destaque para o já referido "Benny dos murros" e o Seitaridis, que cometeu uma grande penalidade evidente, têm também algo de cientifico? Ou aquilo foi azar puro e circunstâncias do jogo e não contribuíram em nada para o desaire? O F.C. Porto não fez nada para perder o encontro de segunda feira? Já para nem referir que o Benfica em nada contribuiu para ganhar o jogo em Setúbal... O clube da águia, mandou para o jogo 18 elementos da sua secção de Campismo e Caravanismo, que estiveram para ali uma hora e meia, todos entretidos a jogar à sueca e à bisca lambida, esperando que os adversários aplicassem a sua dose de ciência que já estava previamente determinada. Santa paciência...
Eu julgo que anda por aí uma grande azia, caro MST. Seja coerente a bem da sua imagem! Mas tenha calma, que o Benfica não tem nenhuma "passadeira vermelha" estendida à sua frente. Tem pela frente jogos bastante difíceis, que eu espero que ganhe, cientificamente ou não, e acima de tudo com desportivismo, uma vez que a qualidade de jogo tem deixado muito a desejar. Mas isso, como já se viu, não serve também de muito. Quanto ao seu adorado F.C. Porto, caro MST, tem pela frente um jogo dificílimo, com uma equipa, esta sim que equipa de vermelho, que é o Gil Vicente, e que espero que os mande de novo ao tapete (ou até para uma passadeira), seja isso obra de mais jogo cientifico ou de uma grande chouriçada. Iremos assistir a nova edição do "Fantasporto", ou aparecerá por aí um tipo da laia de Olegário Benquerença (como é possível que ainda continue a apitar como o fez neste passado fim de semana...)? É que se não tivesse acontecido "o roubo do século", por obra e graça deste verdadeiro "assoprador de apito", talvez estivessem nesta altura a telefonar para a UEFA, a fim de inscrever o seu clube na próxima edição da Taça Intertoto, em vez de ainda verem um luzinha cada vez mais ténue ao fundo do túnel.
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