segunda-feira, maio 03, 2004

Ontem à noite no José Alvalade

Estive ontem à noite, no clássico dos clássicos, e saí de lá feliz e contente, ao contrário do que tinha ocorrido no jogo da 1ª volta, entre estas mesmas equipas.

Feliz, porque a minha equipa, apesar de ter feito uma exibição a roçar o sofrível, teve a sorte do jogo (quer no remate que deu o único golo, quer nas substituições, a meu ver claramente infelizes, que o treinador do Sporting efectuou), e com esta vitória deve ter assegurado o 2º lugar no campeonato. Aconteça o que acontecer até final, julgo que esta época foi mais um passo na direcção correcta, que o meu clube deu. Pelo 2º ano consecutivo vai terminar em 2º lugar, desta vez com menos pontos de diferença para o 1º, sendo tembém pelo 2º ano consecutivo a equipa com melhor produção fora de casa (pontos, golos marcados e sofridos). A juntar a isto, estará presente na final da Taça de Portugal (o que não ocorria há 8 épocas) e fez uma carreira mediana nas competições europeias (o que sempre é melhor do que eliminações à primeira por equipas fracas ou, pior ainda, a não participação em épocas recentes). Ainda não chega, mas acho que este ano foi mais um passo na direcção certa.

Contente, porque mais uma vez pude constatar que este jogo é, de longe, o mais interessante de todo o campeonato. O jogo não foi muito bom, mas valeu sobretudo pela correcção, pela entrega dos jogadores e pela emoção que estará sempre associada ao mesmo. A rivalidade é levada ao extremo (do saudável entenda-se) pela grande maioria das pessoas. E foi o que eu vi ontem, mais uma vez. Tirando os acontecimentos relatados pelo Nelson, não vi absolutamente mais nada a manchar este jogo.

Porque razão a direcção do Sporting (e gostaria de aqui englobar todas as direcções de todos os clubes em Portugal) apoia uma claque (admito que não seja a claque toda, mas é a imagem que transparece) que durante este jogo faz o seguinte:

1 - Uso constante de uma frase, que ouvi pela 1ª vez aos altifalantes do anterior Estádio, por um dos fundadores da mesma (um dos filhos do antigo Presidente João Rocha) , que reza o seguinte: "Em cada lampião há um cabrão!"
2 - Uso de outro cântico bem conhecido, o famoso: "Filhos da Puta, SLB..."
3 - Aquando da homenagem ontem efectuada ao fantástico atleta que foi Carlos Lopes, ao ler-se uma mensagem dirigida ao atleta pelo presidente do SLB, esta mesma claque passou o tempo todo a assobiá-la... uma mensagem de público louvor e agradecimento por tudo o que fez o atleta na sua carreira... Eu, falo por mim, quero lá saber que clube representava Carlos Lopes. Ele é, para mim, o maior atleta português de todos os tempos e ontem bati-lhe palmas que nem um desalmado, e a minha vontade era descer escadas abaixo e ir dar-lhe um abraço!
4 - Leva um cartaz em que se lê o seguinte: "Apito Dourado: L.F. Vieira, és o próximo". Que mentecapto pode pensar nisto? Os indícios não apontam nesta direcção...francamente não se percebe.
5 - Num jogo sem casos polémicos, em que subscrevo a opinião do Nelson quanto à arbitragem, em que mais nenhuma claque armou confusão, em que nada leva a supor que haja irregularidades no lance do golo, porque razão aqueles energúmenos, invadiram o campo?


Já no jogo da 1ª volta, esta mesma claque assobiou constantemente o minuto de silêncio que se fez pela morte de um antigo presidente do Benfica. E agora é mais esta série de situações que não têm justificação nenhuma. E diga-se de passagem, a grande maioria delas reprovadas pela quase totalidade dos adeptos leoninos. Vindas de uma claque que, antes do jogo, resolveu entregar uma quantia em dinheiro, à Associação de Crianças com Cancro (gesto que mereceu o meu sincero aplauso)... não se percebe...

De resto quero dar os meus parabéns aos responsáveis do Sporting, porque neste momento têm um recinto desportivo muito melhor que o anterior, em todos os sentidos (segurança, acessos ao estádio, conforto, etc). Muito melhor em todos os aspectos que o meu clube. A única excepção é quanto à panorâmica geral do estádio, em que prefiro o do Benfica (sem clubismo nenhum). É mais "arejado", mais "aberto". Não sei bem explicar isto, mas tem-se a sensação de estar ao ar livre, o que não é o caso do José Alvalade onde, do meu lugar de ontem, quase parece que se está "engaiolado"... Mas esta é uma opinião muito pessoal.

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