terça-feira, novembro 11, 2003

Impostos e mais impostos

Leio agora na TSF online que «A Associação de Municípios quer que as empresas de hotelaria passem a pagar uma taxa às autarquias sobre o número de dormidas e estadas de hóspedes em hotéis. Para os autarcas este pagamento pode ser uma nova fonte de receitas para os municípios.
A Associação de Municípios quer cobrar por dormida e não por quarto. A proposta do presidente, Fernando Ruas, é copiar um pouco o que se faz no resto da Europa e não só.
Nestes locais, é cobrada uma taxa sobre a estadia dos hóspedes e não sobre a área ocupada com camas por cada uma das empresas hoteleiras.
Na prática, o valor a receber posteriormente pelos municípios seria pago pelo cliente uma vez que o valor já vinha referido na factura.
Contudo, este não é um assunto pacífico, dado que o presidente da Associação dos Hotéis de Portugal já veio dizer que esse procedimento tem tendência a acabar nos países onde é prática corrente.
Segundo a associação, para além deste pagamento ser muito contestado, foi substituído pela introdução do IVA. Na prática, os clientes passariam a pagar dois impostos, ou seja, o IVA e a taxa de dormida.
A Associação de Municípios vai agora insistir com os deputados de modo a ver incluída na discussão do Orçamento de Estado na especialidade, a eventual criação desta nova taxa de hotelaria.»

Esta notícia enervou-me porque neste país só se copia o que está mal nos outros. Ou seja, se é para tirar dinheiro ao «povinho» tudo bem, se é para dar nem por isso. Porque não havemos de copiar o sistema educacional dos outros países onde, em muitos, se paga para as pessoas estudares, em vez de termos propinas? Porque não se copia o sistema de saúde dos outros países, por exemplo, onde todos os tratamentos são gratuitos? Porque não se copiam as condições dadas a quem quer ter filhos? Não! Só se copia tudo o que seja tirar dinheiro ao «povinho». Até porque os nossos hotéis já são «muito baratinhos»!... (e desculpem dar aquele ar de portuguesa que diz que tudo o que é de Portugal é mau, mas de facto, neste caso, é mesmo).

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