Mediocridade ao quadrado
Há aspectos em que a mediocridade no pensamento não se mete em doutoramentos, mestrados ou diplomas da 4ª classe.
No caso da intervenção policial e do abatimento dos assaltantes do BES de Campolide pelos snipers, parece-me que os únicos que fugiram a essa mediocridade foram, os próprios snipers. Porque de resto, tanto quem critica a actuação da polícia porque era evitável como quem argumenta que os brasileiros são todos "iguais àqueles e que deviam ir todos para a terra deles", estão bem uns para os outros.
Os primeiros, incluindo alguns doutores blasfemos com a teoria do coitadinho dos assaltantes que até podiam sair do banco com conversa e corria tudo bem, só o dizem porque quem estava naquele banco a temer pelas suas vidas não era seu familiar ou amigo, preferindo defender, de uma forma irresponsável e hipócrita, os coitados dos assaltantes que, afinal, nem eram assim tão maus.
Os segundos, desde o cidadão anónimo que, desde que lhe seja colocado um microfone à frente dispara comentários racistas e xenófobos com a mesma facilidade que grita pelo seu clube de futebol, até aos participantes em fóruns de televisão e rádio, em caixas de comentários de blogues e de jornais online etc, para quem a nacionalidade dos assaltantes e sequestradores justifica, por si só, a actuação da polícia, não conseguem entender que a acção da polícia foi correcta fossem os assaltantes um Wanderley Jovinaldo, de Xeripitim de Buricabá, um Ivanov Dubrilichenko de Kiev, ou um José Silva, de Salvaterra de Magos.
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