quarta-feira, janeiro 29, 2014

O lado fabuloso da praxe

Se durante a praxe me tivessem mandado atirar da ponte D. Luís eu não o faria (nem do tabuleiro mais baixo), se durante a praxe me tivessem mandado rebolar na lama eu faria pelo simples facto que já ia para a praxe com roupa pronta a "deitar fora" (nunca foi preciso, mas se fosse também o faria). Na praxe reúnem-se pessoas que não se conhecem de lado nenhum e a praxe é muitas vezes feita em grupos (com provas de grupo de 2, 3, 4, 5 pessoas), com jogos populares (por vezes adaptados) que fazem com que essas pessoas, que estão a vários km de casa sem conhecer ninguém, convivam e façam equipa, lutem, esforcem-se, divirtam-se, conheçam, cantem, dancem com outras pessoas na mesma situação. Dificilmente se conhece alguém, na idade adulta, com a mesma facilidade (a de "queres brincar comigo"?) que se faz em praxe. Irrita-me a facilidade com que se fica contra a praxe sem nunca se ter passado por ela. Continuo amiga de bastantes pessoas que me praxaram, e bastantes pessoas que eu praxei. Casais, já com filhos, de pessoas que se conheceram na praxe. Existe um lado fabuloso na praxe e é triste que uma cretinice que levou a que jovens perdessem a vida leve a que tanta gente, que desconhece qualquer realidade de praxe, se meta em bicos de pés contra a mesma.

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