sábado, abril 25, 2015

25 de Abril, Sempre!?

O país está com uma crise profunda (financeira, mas, acima de tudo, de valores) temos de entender que milagres não existem e depende do esforço de todos sair dela... Por vezes penso que os portugueses em geral só querem direitos sem terem deveres. Querem salário sem trabalho e, se um patrão (seja ele o estado ou um particular) os obriga a trabalhar aquelas horas para receber aquele dinheiro, dizem-se explorados. Falta consciência global e sentido de realidade aos portugueses... é neste ponto que culpo a esquerda que temos (que é a do discurso do 25 de Abril), aquela que deu "a terra a quem a trabalha" e que levou herdades à falência porque quem trabalha, tem mesmo de trabalhar... Enquanto não entendermos que existem fortunas dignas, que existem ricos que criam trabalho e geram riqueza para todo o país e que não são o inimigo, enquanto não conseguirmos distinguir os honestos (sejam ricos ou pobres) dos desonestos (sejam ricos ou pobres) e andarmos a juntar tudo no mesmo saco, não vamos a lado nenhum. Há muitos portugueses extremistas (não tanto nos partidos em que votam, mas no discurso que têm). Para quem é tudo ou nada. Ter direitos mas não sem ter de ter obrigações. "Ele" se é rico é porque roubou para ser e não porque trabalhou (ou alguém da sua família o fez) para ele o ser. "Ele" se é pobre é porque é explorado e não porque não quer trabalhar. Somos uma sociedade cheia de preconceitos... as pessoas são pessoas. Os países são países e precisam de todas as pessoas para sobreviver. Empreendedores para criar mais riqueza e postos de trabalho e outros empreendedores para trabalhar e tentar melhorar a sua vida e a vida das gerações futuras da sua família.
Temos de deixar de viver em sonhos irreais trazidos pelo 25 de Abril que nos transmitia a ideia que não era preciso trabalhar para ter. É! É preciso trabalhar. Temos todos de trabalhar para ter, e temos de trabalhar muito! Não podemos continuar neste roubo permanente, nesta inveja sofrida de querer o que pensamos que o outro tem, de achar que o que o outro tem lhe caiu de graça do céu e de querer roubar toda a gente porque os consideramos desmerecedores do que conseguiram e porque nos consideramos no direito de ter, sem nos esforçarmos para tal.
Portugal é hoje o país do desleixo e dos desleixados. Deixámos de conseguir “desenrascar” para passar a, simplesmente, exigir. Não foram só os políticos sozinhos que destruíram o país, fomos todos nós. Nós que votamos naqueles que desbaratam a riqueza do país para obedecerem aos nossos caprichos de votantes. Nós que não queremos acreditar em quem nos diz a verdade e preferimos votar naqueles que nos mentem. Nós que continuamos a apontar o dedo a tudo e a todos sem perceber que no nosso dedo, na nossa mão, está o poder democrático de punir os culpados por, simplesmente, não votar neles. Nós que continuamos a gritar “25 de Abril, Sempre!”, sem percebermos que o país tem de evoluir, tem de sair da festa, tem de libertar-se muito mais do que faz com um simples “slogan” e um cravo na mão.
Paremos de gritar, paremos de apontar o dedo... é tempo de reflectir e de percebermos o que, cada um de nós, pode fazer para mudar isto.


Sem comentários: